“Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé (II Tm 4:7)”. Esta poderia ser a frase do brasileiro fuzileiro naval dos Estados Unidos, Felipe Carvalho Barbosa, morto neste sábado em um conflito em Fallujah (Iraque) quando o caminhão em que viajava capotou. Evangélico, o jovem de 21 anos evangelizava muçulmanos enquanto servia às forças americanas.
Para a família, boa parte também praticante da mesma fé, o jovem morreu como um herói já que cumpria uma missão que vai além dos êxitos militares. Felipe, que atuava com mais dois brasileiros evangélicos, distribuía o salmo 91:5 – “Não temerás os terrores da noite, nem a seta que voe de dia” para os militares americanos. Muitos morreram com o lenço no pescoço.
Barbosa era casado com Christie, uma americana, desde 2004, e morava em High Point, na Carolina do Norte, onde deverá ocorrer o enterro, no sábado. A mãe Iracy Carvalho e o irmão mais novo, André Carvalho Barbosa, moram nos Estados Unidos. O pai, Robson de Lima Barbosa, de 44 anos, vive em Goiânia (GO) e vai pedir que o Itamaraty que intervenha junto ao governo americano para o custeio de sua viagem. “Não tenho meios próprios para viajar. Mas meu filho morreu a serviço do governo americano. Acho que o mínimo que podem fazer é permitir que eu o veja pela última vez”, disse.
Maria Simões, na última ligação que recebeu do sobrinho Felipe, foi avisada sobre a periculosidade da guerra e chegou a ouvir do fuzileiro que intensificasse as orações. Felipe estava no local desde outubro.
Em entrevista ao portal ELNET, ela contou que o brasileiro chegou a ingressar no treinamento missionário da Jocum, na Carolina do Norte, mas precisou interromper o curso por conta das Forças Armadas. Ainda assim, ele decidiu seguir com o chamado em meio às missões no Iraque. “Para nós e para Deus, ele foi um verdadeiro herói”, afirma Maria, que intercede a Deus pelo consolo aos familiares.