“Porque a morte subiu pelas nossas janelas”. Jeremias 9:21
A sociedade em que vivemos desfalece mergulhada nas trevas. Miquéias profetizou que chegará um tempo em que “os inimigos do homem serão os da sua própria casa”.
Cansado de tantas notícias sobre a morte de Isabella, estou fugindo da mídia que insiste no assunto. Estou agora numa fase de reflexão sobre o que mais me chamou a atenção.
Meus olhos se voltam para a multidão que clama por justiça. Se for comprovado que os pais são os culpados de tal barbárie, deverão responder pelo seu ato infame. Mas o que dizer de tantos outros que “jogam seus filhos pela janela” quando se omitem da missão que são chamados a cumprir junto a eles? São muitos os que, dessa maneira, estão jogando seus adolescentes para o mundo das drogas e até da prostituição. O que dizer dos casamentos onde a violência física ou verbal são “janelas” por onde os filhos estão morrendo para os sentimentos que promovem vidas emocionalmente saudáveis? São muitos os lares onde já não há mais carinhos e afetos. E os pais que, dominados pelo vício do álcool e outras drogas, estão assassinando a harmonia, a paz e a alegria dentro de casa?
A criança atirada pela janela pode ser o clímax macabro de um relacionamento familiar onde a morte já havia se instalado. Apenas aguardava – como uma fera sanguinária – a oportunidade de atacar e consolidar a sua tragédia.
Dentro das suas capacidades, os filhos também precisam entender os perigos do nosso tempo para participarem de ações que promovam a harmonia familiar.
As janelas das nossas casas foram idealizadas para proteger dos perigos de fora. Mas se os perigos de dentro não forem tratados, poderão servir apenas como objetos usados na tentativa de dissimulação de outras tragédias como essa.
Não quero terminar deixando um peso de culpa sobre os pais, que podem se sentir em falta com seus filhos. Sempre é hora de mudar. E essa hora é hoje!
Precisamos nos apoiar mutuamente para que pais e filhos vivam em famílias que sejam abrigos seguros diante da tragédia dos tempos atuais.
por Timoteo B. da Luz