Os padrões de Deus

    Quando o Deus eterno decidiu criar o universo, toda a criação estava perfeita e completa em sua mente antes de existir qualquer parte dela. Cada detalhe desse aparentemente infinito cosmos já estava planejado. A coroa da criação, o homem, estava na mente de Deus antes do universo ser criado.

    Quando o homem pecou, Deus tinha em mente o projeto da redenção. Esse projeto permaneceu perfeito na mente dele desde a sua concepção até a sua conclusão perfeita na eternidade. Esse é o propósito eterno de Deus para o seu povo, “aos que de antemão conheceu” (Romanos 8:29-30).

    Ao desenvolver a redenção do homem do pecado, Deus não seguiu um método de tentativas. Deus é perfeito em tudo o que faz. Uma vez que ao projeto da redenção incluiu-se um livro, Deus organizou as situações, as pessoas, os lugares, os períodos e o pano de fundo no qual a sua perfeita revelação seria entregue. Os escritores nem sempre tinham consciência plena do que escreviam (Mateus 13:17; 1 Pedro 1:9-11), mas o verdadeiro autor do livro, que conhecia cada palavra a ser registrada antes que ela fosse escrita, perfeitamente dispôs essas palavras no contexto certo, nas situações da época. Já que Deus é o autor do livro, este livro deve refletir a perfeição, o poder e a sabedoria do seu autor.

    O projeto da redenção, perfeito como era na mente de Deus (a trindade) incluiu a vinda de alguém (Gênesis 3:15) que seria o “cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (João 1:29). Os sacrifícios oferecidos antes do Cordeiro apontaram para ele. O projeto de redenção de Deus, supremo e esplendoroso, estava escondido nele e ocultado ao homem debaixo dos tipos e das sombras da lei até que chegou o tempo perfeito, através do domínio de Deus na história, de torná-lo conhecido por meio do evangelho.

    Entre as obras maravilhosas registradas no livro perfeito de Deus que refletem a sua sabedoria e o seu poder infinitos, estava uma tenda móvel, erguida no deserto, que se chamava tabernáculo. Deus sabia exatamente como o tabernáculo deveria ser construído a fim de perfeitamente retratar “o maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos” (Hebreus 9:11). Deus deu a Moisés a planta do tabernáculo e ordenou-lhe: “Vê que faças todas as coisas de acordo com o modelo que te foi mostrado no monte” (Hebreus 8:5).

    Moisés recebeu ordens de se ater à planta. Só podia fazê-lo se cumprisse exatamente o que Deus tinha determinado. Deus tem um propósito em todos os padrões que estipula. Os padrões de Deus mostram a sua sabedoria infinita e ao mesmo tempo põem a nossa fé à prova. Noé recebeu uma planta para a arca e, ao seguir a planta, andou pela fé (Hebreus 11:7; 2 Coríntios 5:7). “Assim fez Noé, consoante a tudo o que Deus lhe ordenara” (Gênesis 6:22).

    O que está escrito na palavra de Deus sobre esses padrões serve para nós (Romanos 15:4). Como Moisés seguiu o modelo na construção do tabernáculo, também nós devemos seguir os padrões de Deus hoje. O nosso padrão é a pregação e a prática apostólica. Não havia nada na planta de Deus para o tabernáculo que não fosse essencial. Deus tem um propósito em suas instruções detalhadas, quer vejamos, quer não. Rir-se da “teologia do santo padrão de Deus” é tratar o Deus eterno com desdém. Deus, o Espírito Santo, que conhecia perfeitamente “as profundezas de Deus” (1 Coríntios 2:10), orientou os apóstolos em “toda a verdade” (João 16:13). Cada pormenor que Deus dá e cada exemplo que devemos seguir são dignos do Deus que deu os detalhes. Considerar qualquer parte da palavra de Deus insignificante é entender o Deus da palavra como alguém que se ocupa de coisas triviais.

    Por que Jesus teria dito: “O homem viverá de toda palavra”, se algumas dessas palavras não têm importância? Eu gostaria de ver uma lista de palavras, padrões e ordenanças que o homem determinou não terem importância.

    Quando o homem for capaz de criar sóis, luas e estrelas e pendurá-los no espaço; libertar uma nação escrava da nação mais poderosa da terra; abrir um mar e fazer descer maná do céu e projetar um tabernáculo que perfeitamente retrate um Sumo Sacerdote eterno que oferece um sacrifício definitivo, só então darei ouvidos às objeções arrogantes que ele faz contra os padrões de Deus.


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