Desde que os super-heróis tornaram-se sinônimo de montantes de dinheiro para Hollywood – tanto em bilheterias quanto em merchandising de produtos -, os espectadores podem sempre contar com uma superprodução como Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado, parte de um grupo de filmes que já pode ser considerado um novo gênero cinematográfico: as adaptações de histórias em quadrinhos.
Nesta segunda aventura protagonizada pelos quatro super-heróis, eles já estão habituados com os poderes que adquiriram após um acidente espacial, acontecido no filme anterior, e também à fama que suas habilidades trouxeram a eles. Na verdade, eles ocupam tanto o seu tempo em salvar o mundo que suas vidas pessoais acabam ficando em segundo plano. Mas desta vez eles pretendem assumir o controle de suas vidas e o primeiro passo é concretizar os planos do casamento entre Reed Richards (Ioan Gruffudd) e Sue Storm (Jessica Alba). Enquanto Johnny (Chris Evans) está muito ocupado arrumando namoradas e “patrocinadores” para o grupo, Ben Grimm (Michael Chiklis) está feliz curtindo um romance com a bela Alicia (Kerry Washington), sua namorada desde o longa anterior. O surgimento do Surfista Prateado (corpo de Doug Jones com a voz de Laurence Fishburne), uma nova criatura que parece ter poderes similares aos dos nossos heróis, atrapalha não somente o casamento dos protagonistas, mas também anuncia a destruição do planeta. A volta do vilão elétrico Victor Von Doom (Julian McMahon) e a pouca colaboração por parte do general Hager (Andre Braugher) só faz com que o Quarteto Fantástico se meta em mais perigos ainda para, finalmente, salvar o mundo do apocalipse.
O melhor em “Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado” é a falta de pretensão. O filme não pretende passar lições de moral ou mesmo mostrar personagens repletos de profundas crises psicológicas; a produção só quer que o espectador se divirta, nada mais do que isso. Aliando piadas divertidinhas (as com o “homem-borracha” chegam a cansar) a grandiosos efeitos especiais, a aventura tem tudo para entreter o público que não espera muito da produção. “Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado” se assume como um filme de super-heróis e não pretende ser nada mais do que isso; desta forma, funciona dentro de seu público-alvo.
Comparada à produção anterior, também dirigida
por Tim Story, é perceptível uma evolução, especialmente no sentido tecnológico. Os efeitos especiais são mais grandiosos ainda, bem como o roteiro e a dinâmica entre os quatro personagens. A história trata de forma cínica e divertida o culto às celebridades. Aqui, não são os astros do cinema os que provocam polvorosa entre o público e a mídia, mas sim os super-heróis. Nada muito profundo a fim de transformar “Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado” numa produção que vá além do puro entretenimento. Alguém esperava mais do que isso?