Primeiro a má notícia

Depois de 40 dias em missão de reconhecimento da terra prometida, os espias trouxeram notícias. Alguns diziam “É terra de um povo poderoso, de muralhas fortificadas”; outros dois, “Vamos tomar posse, pois é certo que venceremos”; mas os primeiros insistiam “Não podemos atacar aquele povo; é mais forte do que nós!” e “A terra que fomos em missão de reconhecimento devora os que nela vivem”, mas os mesmos dois insistiam “A terra é excelente!”.

Em quem o povo de Israel deveria acreditar? Em quem você acreditaria? Afinal, eram opiniões totalmente opostas de pessoas que foram sondar o mesmo lugar. A única prova que tinham eram os frutos que trouxeram da terra, mas as palavras falaram mais alto. Em Números 14 nós podemos ler que o povo ficou desesperado ao ponto de chorar alto, ao ponto de desejar morrer no deserto e, pior, ao ponto de desejar voltar para o Egito onde eram escravos simplesmente porque decidiram dar valor à má notícia ao invés da boa.

Josué e Calebe trouxeram esperança e ânimo ao povo que preferiu, porém, acreditar nos outros espias. As más notícias foram mais persuasivas.

Não há nada que o mundo atual deseje mais do que boas notícias. Mas o que escolhemos ver todos os dias são as más. Afinal elas estão à distância de um controle remoto, podem ser acessadas via rádio ou, para quem prefere, via mídia impressa. E as boas notícias só podem vir por cristãos se estes resolverem cumprir seu papel de discípulos.

Por que as más notícias nos seduzem tanto? Por que elas são mais atraentes do que as boas?

Semana passada passei pela excelente experiência de sair na rua à noite e de casa em casa tentar dar uma boa notícia. Qualquer um que olhasse para mim veria empolgação saindo pelos poros. Eu tinha uma ótima notícia para dar, mas em dois dias passei por mais de 20 casas e só uma quis ouvir o que eu tinha a dizer. A boa notícia? Deus ama você apesar do seu pecado e Ele providenciou solução para sua vida através de Jesus. Mas convenhamos, isso não mexeu muito com seu coração, não é? Não é assim, uma notícia Brastemp.

É… Talvez eu esteja enganada.

Um Deus Santo, sem a mínima obrigação de desfazer o estrago que eu mesmo fiz na minha vida, deixou o conforto do céu e veio a esse “inferno” de mundo em forma de homem (Jesus) que sofreu igual a um condenado (afinal ele era mesmo condenado, condenado em meu lugar, mas era!), foi crucificado por homens pecadores iguais a mim e a você, mostrou seu poder ressuscitando depois de três dias e agora quer me dar vida abundante e eterna se eu crer que Ele veio mesmo pra isso.

Ah… Não é tão boa notícia assim!

O povo de Israel preferiu acreditar que o Deus que lhes tinha prometido uma terra abençoada estava mentindo. Aquelas pessoas que não quiseram ouvir sobre o amor de Jesus quando eu bati na porta da casa delas também preferiram não dar importância ao que Cristo fez por elas.

Josué, Calebe e eu (longe de mim a comparação!) trouxemos boas notícias, mas não recebemos crédito. Como diz o ditado: “Tem gente que gosta de uma tragédia!”. O coração do povo se endureceu, as más notícias são tantas e cada vez mais más que as boas não surpreendem mais.

Será que é assim? Será que as pessoas vão insistir em rejeitar a terra prometida? Vão insistir em rejeitar o céu?

“Deus, por favor, não canse de ter misericórdia, pois eu sei que os teus planos vão encontrar morada em corações sedentos. E me faz instrumento que leve a boa notícia de forma íntegra, verdadeira e sedutora, no poder do Senhor. E que eu encontre esses corações dispostos a dar crédito à Tua palavra dita pela minha boca. Obrigada porque seu único plano para levar boas notícias ao mundo é através dos cristãos… pra falar a verdade, isso me preocupa um pouco, mas o Senhor deve saber o que está fazendo…”.

Aquela única casa que me recebeu, ouviu e creu no plano de Deus para a vida da humanidade. Que bom que eu não desisti, quando levei a primeira portada na cara e que bom que Deus não desistiu nem mudou de plano para levar sua Palavra ao mundo quando, em tantas outras vezes, eu fui omissa.