O sol que desponta, desaparece,
O céu escurece,
O vento se intensifica, o clima esfria…
A poeira forma redemoinhos, as folhas caem sem graça e leveza;
Um pingo.
As pálpebras se fecham, a menina dos olhos se entristece,
Torrentes de águas descem,
Lavam a terra, a alma, limpa os olhos e o céu,
Desembaça as vistas e apaga os incêndios;
Alimenta o leito dos rios, os animais, o corpo, e dá vida à alma sedenta;
Rega a semente e a esperança sente,
Nos faz homens na terra frutífera e humanos na alma fértil.
Logo o sol aponta, reaparece;
O brilho aquece, o sorriso enlarguesse,
A árvore dá o seu fruto e a alma amanhece com um novo rumo.
Chuva é vida. É lágrima aquecida.
É um pouco de nós e da nossa loucura
Que ora destrói e ora constrói.
É lembrança dos céus e do Pai
De que a mesma água que machuca, é a que purifica. Traz vida.
Seja bem-vinda, chuva.
Venha impetuosa,
Venha como o orvalho da manhã.
Venha… venha sobre nós.
Para ruminar vida afora:
“Pois a terra que embebe a chuva, que cai muitas vezes sobre ela, e produz erva proveitosa para aqueles por quem é lavrada, recebe a bênção da parte de Deus.” (Hebreus 6:7) “Alegrai-vos, pois, filhos de Sião, e regozijai-vos no Senhor vosso Deus; porque ele vos dá em justa medida a chuva temporã, e faz descer abundante chuva, a temporã e a serôdia, como dantes.” (Joel 2:23)