Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo
(Gálatas 6:14).
Havia influências e forças agindo na igreja da Galácia que tentavam acrescentar à cruz de Cristo a observação da lei de Moisés como requisito para a salvação. O apóstolo Paulo lhes advertiu seriamente contra as pessoas que afirmavam isso. E revelou os verdadeiros motivos desses falsos mestres: eles não queriam ser “perseguidos por causa da cruz de Cristo” (Gálatas 6:12). Se os gálatas procurassem refúgio no judaísmo para escaparem da perseguição, então os falsos mestres poderiam se orgulhar de terem atingido seu alvo.
O apóstolo se opõe a isso afirmando: “Longe esteja de mim gloriar-me”. De fato, quem conhece o Senhor Jesus como Salvador e contempla a grandeza da sua obra de redenção não tem possibilidade alguma de se gloriar, a não ser nele. O apóstolo também acrescenta: “a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo”, coroando seu argumento declarando exatamente a mesma coisa que os falsos mestres procuravam tirar da fé cristã. Quem se glória na cruz de Cristo não encontra a aprovação do mundo. Isso é uma ofensa para os incrédulos, pois os condena. A cruz é um lugar onde o “velho homem”, nossa natureza pecaminosa, encontra sua sentença de morte (Romanos 6:6).
O processo da autocrucificação não é fácil muito menos indolor. É por isso que as mentes religiosas sempre inventaram todo tipo de artifício para evitar a cruz. Aí se incluem as boas obras, os “sacrifícios” pela fé, as febris atividades supostamente feitas em nome de Deus, e tantos outros recursos da religião. Tudo isso provém da mesma fonte que fez Pedro repreender o Senhor Jesus: “E Pedro, tomando-o de parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Senhor, tem compaixão de ti; de modo nenhum te acontecerá isso”. E qual foi a resposta do Senhor? “ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens” (Mateus 16:22-23). Nas “coisas dos homens”, e de Satanás também, não há espaço para a cruz de Cristo!