E ele [Moisés] cuidava que seus irmãos entenderiam que Deus lhes havia de dar a liberdade pela sua mão; mas eles não entenderam
(Atos 7:25).
Embora Moisés tenha sido criado na corte de faraó, ele não se esqueceu de seu povo nem de sua linhagem. Sentia o sofrimento de seu povo debaixo da opressão do Egito. E pensou que estivesse fazendo a coisa certa quando foi ajudar um de seus irmãos que estava sendo maltratado, e acabou matando um egípcio. Mas ficou frustrado, porque os israelitas não confiaram nele, e Moisés decidiu fugir.
Até nos surpreendemos pelo fato da fuga de Moisés do Egito não ser mencionada em Hebreus 11, onde lhe é dado um lugar de honra entre os heróis da fé. Ali vemos o que motivava Moisés a sair com o povo anos mais tarde: “Tendo por maiores riquezas o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa. Pela fé deixou o Egito, não temendo a ira do rei; porque ficou firme, como vendo o invisível” (Hebreus 11:26-27).
Moisés aprendeu a aceitar o amargo desapontamento devido à constatação de que seu próprio povo não desejava sua ajuda. Mas também precisou aprender que não podia salvar Israel em sua própria força. O importante é: em seu coração ele já havia se separado do Egito, e em seu espírito já deixara aquela terra há muito tempo. Mesmo que Moisés soubesse muito pouco acerca de Cristo, a epístola aos Hebreus coloca suas experiências no nível do “vitupério de Cristo”. E sofreu, como Cristo sofreria no futuro, o desprezo de Israel.
Para os crentes, as frustrações são lições imprescindíveis na escola de Deus. Elas servem para libertar os seus das cadeias do mundo e trazê-los ao ponto de nada mais esperar de si mesmos; ao contrário, depositar todas as expectativas nele.