PROFETAS E SUAS PROFECIAS – JONAS (5)

Mas isso desagradou extremamente a Jonas, e ele ficou irado. E orou ao Senhor, e disse: Ah! Senhor! Não foi esta minha palavra, estando ainda na minha terra?… Peço-te, pois, ó Senhor, tira-me a vida, porque melhor me é morrer do que viver. E disse o Senhor: Fazes bem que assim te ires? (Jonas 4:1-4).

Deus mostra seus servos como homens com sentimentos iguais aos nossos. Jonas viu o que aconteceu em Nínive e não se agradou do que viu. Na verdade, ele ficou irado. Aqueles eram inimigos do povo dele, pessoas cruéis e perversas. Eles mereciam morrer sob a ira de Deus! E como ficaria a reputação de Jonas como profeta? A Lei (Deuteronômio 18:22) dizia que quando um profeta falasse algo em nome do Senhor e não acontecesse, tal palavra não teria saído da boca de Deus. E esse profeta não deveria ser ouvido mais.

O servo de Deus não tem apenas que cumprir o que lhe foi ordenado, mas é vital que ele compreenda os pensamentos de Deus sobre o que lhe foi ordenado. O Salmo 103:7 declara que Deus “fez notórios os seus caminhos a Moisés, e os seus feitos aos filhos de Israel”. Davi, autor deste salmo, vai além e afirma que a forma com que Deus trata com seu povo não é segundo os pecados deles, mas segundo seu grande amor e misericórdia. Ele sabia disso não somente por entender os princípios da Lei, mas por experiência própria.

Deus pacientemente trata com seu recalcitrante servo Jonas para ensiná-lo seus caminhos. A lição não é aprendida imediatamente. Tiago e João, discípulos do Senhor, quando quiseram que do céu descesse fogo sobre uma vila samaritana também foram repreendidos: “Vós não sabeis de que espírito sois” (Lucas 9:55). Jonas evidentemente aprendeu sua lição. O fato de ter escrito esse episódio demonstra isso.

E quem pode julgá-lo? Todos nós já experimentamos a abundante paciência e a graça de Deus inúmeras vezes, e nossa esperança é que “a benignidade do Senhor jamais acaba, as suas misericórdias não têm fim” (Lamentações 3:22).

(concluído)