Atenção: se você fica chocado facilmente, não assista esse filme.
Diamante de Sangue mostra a exploração americana sobre um país subdesenvolvido. Dessa vez, os objetos de cobiça (e por conseqüência guerra e mortes) são diamantes. E não falta crítica nem às noivas que sonham com um anel de noivado incrustado com uma pedra.
Nos primeiros minutos de projeção, Solomon Vandy (Djimon Hounson) fala para o filho sobre a importância de estudar e se tornar um médico, para que ele não seja um pescador como o pai. O menino volta da escola e após um diálogo visionário, começa a matança no povoado. Solomon é separado de sua família pela FRU (Frente Revolucionária Unida), para trabalhar como escravo em uma mina. Ele encontra um diamante rosa enorme. O Capitão Poison (David Harewood) da FRU descobre que Solomon escondeu a pedra e ia liquidá-lo, mas o exército localiza a mina, acerta um tiro em Poison e prende todos que ficaram vivos após as rajadas.
O anti-herói Danny Archer (Leonardo DiCaprio) também está preso, por contrabando. Ele é um banco nascido na Rodésia (Zimbábue), que participou da guerra ao lado dos negros e tornou-se um contrabandista de armas e diamantes. Na prisão, ele ouve Poison falar sobre a pedra rara. Quando fica livre, providencia que Solomon também saia e lhe propõe um acordo: ele fica com o diamante e em troca, localiza sua família.
Maddy Bowen (Jennifer Connelly) é uma jornalista que pretende desmascarar os responsáveis pela compra ilegal de diamantes, que financiam a exploração e a chacina no país africano. Ela acompanha de perto o horror em Serra Leoa. Em um dos momentos do filme, Maddy comenta: “Esse é o segundo maior campo de refugiados da África. Daqui a pouco a CNN vai mostrar isso entre as notícias de esporte e a previsão do tempo.”
Solomon descobre que seu filho Dia (Kagiso Kuypers) está a serviço da FRU, que faz lavagem cerebral nos meninos, os transforma em assassinos e inclusive lhes dá outros nomes, como o sugestivo “Baby Killer” (Bebê Matador). Há um jogo de interesses: Danny quer o diamante para finalmente sair do país, Solo quer a família reunida novamente e Maddy quer a matéria.
O filme é bastante violento. São exibidas cenas de matança de mulheres, crianças, mãos de meninos sendo decepadas, garotos sendo “transformados em homens” através da barbárie… Se você é realmente sensível, melhor escolher outra coisa para assistir ou preparar um remédio contra o enjôo e lencinhos.
“Diamante de Sangue” é um bom filme, mas a segunda metade se arrasta. Se alguns clichês fossem cortados, teríamos menos tempo de exibição, e o filme seria otimizado. Mas com certeza, vale a pena conferir essa história (que parte o coração e revolta) e também a atuação de DiCaprio! O cara tá mandando muito bem! Por falar nisso, ele foi indicado ao Globo de Ouro de Melhor Ator por “Diamante de Sangue” e também por “Os Infiltrados”. E eu não dava nada pelo rapaz…
Para quem já assistiu o filme (passe o mouse para selecionar ou tecle CTRL + A):
– Uau! Gostaria de dirigir tão bem quanto o Danny! Sem contar que o cara parece gato: tem 7 vidas. Vá escapar de tiroteio assim lá longe…
– Como conseguiram material pra fundar e manter o “centro de reabilitação”, com direito a garrafinhas de água/cerveja (o que era aquilo?)?
– Por que Poison manda Solomon correr se ele podia deixar que ele morresse e pegar a pedra? Ataque súbito de benevolência?
– Havia uma TV na mina, não havia? (Estavam assistindo a um clip). De onde vinha a energia? Aquilo estava muito grande pra ser um DVD portátil…
– Pergunta: Em Amistad, o Hounson fala o dialeto mende. É o mesmo dialeto desse filme?
– Na boa: qual é a graça das jóias? São caras e inúteis. E agora eu descobri que valem o preço de sangue. Putz!