Esta semana fomos ao médico. O Leonel tem reclamado de dores de cabeça. Dissemos ao doutor que algumas vezes ficamos em dúvida se a dor de cabeça é real ou fruto de manha infantil, uma reação emocional.
Depois de alguns exames, o médico pediu que a Juliana e o Leonel saíssem, pois ele queria conversar a sós comigo. Quando a porta se fechou ele ensinou-me a usar um placebo. Eis seu conselho: quando o Leonel reclamar de dor de cabeça, dê a ele uma dose de baunilha. Assim, se a dor “passar”, será invenção e não real.
Vim para casa pensando que placebo serve para dores irreais, doenças irreais e males inexistentes. Mas, se a dor existe de fato, se a doença é diagnosticada com certeza e se os males são verdadeiros, somente o remédio certo pode solucionar e curar. É como diziam as nossas avós: “o remédio amargo é o que cura”.
O placebo é o faz de conta, o “me engana que eu gosto”. Ou como o slogan da educação: “Você faz de conta que ensina e eu faço de conta que aprendo”. Placebo sendo usado em diferentes áreas da vida.
Também dá para aplicar à vida com Deus. Pois tem muito cristão tomando placebo para tentar curar males verdadeiros e profundos.
São as pessoas que tentam resolver problemas crônicos com soluções fáceis e rápidas. Placebo.
Elas dizem: – Pastor, pregue um sermão sobre obediência aos pais, meu filho não nos respeita mais há muito tempo.
A vida ensina que problemas profundos não se resolvem com soluções fáceis. Não é possível crescer na espiritualidade, na vida com Deus, bebendo doses pequenas de cultos aos domingos. Isso é placebo.
Ninguém será um gigante da fé contando apenas com orações mecânicas feitas nas refeições para acalmar consciências culpadas. Placebo.
Não é possível vencer pecados crônicos com decisões emocionais e superficiais. Os pecados crônicos são vencidos com a Graça de Deus aliada a uma decisão definitiva e corajosa que conduz o cristão a dizer: – Acabou! Decidi! Nunca mais! E Deus abençoa este tipo de decisão. O resto é placebo.
Assim é o caminho do discípulo de Jesus. Repleto de decisões radicais, posicionamentos difíceis e posturas claras. Uma vida “mais ou menos” não serve. Decisões superficiais são logo esquecidas. Placebo não cura, engana.
Por isso, hoje tomo algumas decisões pessoais diante de Deus. Recuso-me a fazer de conta que sou cristão. Rejeito fechar os olhos para o que está errado em minha vida.
Não quero viver tomando baunilha porque a baunilha me engana. Tenho que assumir minhas verdadeiras doenças e tomar o remédio que resolve, mesmo que seja amargo. Porque, pior que tomar placebo para enganar uma doença inventada, é ser doente e não reconhecer que preciso do Médico dos médicos, que é Jesus e de remédio que cure.
Portanto, me curvo diante e dele e oro:
Senhor, dá-me sensibilidade para perceber quando tento enganar-me com soluções fáceis, rápidas e superficiais contra as enfermidades que me distanciam de Ti. Ajuda-me a reconhecer os placebos e dá-me o remédio certo da Tua correção. Tudo para que eu viva um relacionamento vivo e novo a cada dia contigo. Em nome de Jesus. Amém.
por Clóvis Jr.