Carnalidade não é sinônimo de vida abundante. Os que se atiram de corpo e alma aos desejos da carne não irão experimentar a vida plena que Cristo prometeu, quando disse: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.” (João 10:10).
A carne escraviza, e em lugar nenhum na Bíblia a escravidão é vista como algo bom e doce. O profeta Jeremias, ao escrever o livro de lamentos, retrata o jugo de escravidão que o pecado trouxe ao povo de Israel:
“O jugo das minhas transgressões está atado pela sua mão; elas estão entretecidas, subiram sobre o meu pescoço, e ele abateu a minha força.” Lamentações 1:14.
O jugo que a carne impõe sobre nós é terrível. Ela consome a nossa força e nos torna totalmente miseráveis. Os efeitos são devastadores e sufocantes, tal como uma morte por asfixia, quando falta o ar essencial para a manutenção da vida. Escravos não se sentem à vontade, porque são escravos. Da mesma forma, quando a carne toma as rédeas da nossa vida, nos tornamos seus escravos e então passamos a experimentar toda a miséria que esta escravidão acarreta. A satisfação imediata dos desejos da carne traz um alívio repentino, mas carnalidade debilita nossa alma e nos joga na sarjeta. Ficamos totalmente dependentes dos desejos da carne, propensos a fazer o possível para preencher o vazio dentro de nós. E a vida passa a ter um sabor amargo, a paixão de servir ao Senhor já não nos motiva mais, a mente se torna um depósito de lixo e perversão moral: um triste quadro do cativeiro da carne.
Além disso, a carnalidade em nossa vida tem um enorme poder de nos tornar indiferentes às coisas espirituais. Sutilmente, a carne direciona nosso pensamento para a satisfação de desejos que estão em conflito com a vontade de Deus, e assim, passo a passo, estabelece um padrão de conduta que não prioriza o reino de Deus e a Sua justiça. Quando a indiferença em relação ao reino de Deus se instala em nosso coração, é sinal de que a carne tomou as rédeas e está controlando nosso modo de pensar e agir. Esta apatia espiritual traz grandes prejuízos, que somados à escravidão já estabelecida pela carne, resultam em mal-testemunho e falta de ânimo para trabalhar na obra do Senhor.
Quando a carne toma as rédeas da nossa vida, podemos ter uma certeza absoluta: nunca iremos experimentar a vida que Cristo prometeu, de gozo, paz e plena comunhão com Ele. Carnalidade não se harmoniza com espiritualidade. Uma exclui a outra. Portanto, precisamos decidir quem vai ter as rédeas da nossa vida. Se as entregamos à carne, as conseqüências serão horríveis. Se as entregamos ao nosso Salvador, Cristo Jesus, teremos vida plena, abundante e feliz, conforme a Sua Palavra nos assegura. Então, sem mais demora, entreguemos hoje e sempre as rédeas do nosso viver nas mãos d’Aquele que sabe como nos conduzir para honra e louvor do Seu Maravilhoso Nome.
por Marcos Aurélio Melo