Copa do Mundo

Estamos quase lá.

Faltam apenas alguns dias.

Estou ansiosa, quero ver a seleção em campo, ver o coração da nação vibrando, todos juntos. Caras pintadas, bandeiras nas sacadas, ruas enfeitadas, as nossas cores estampadas.

Tudo bem, podem dizer que futebol é o circo, o ópio do povo. Que seja.

O que não podem negar é o fascínio que a seleção brasileira em campo em plena copa do mundo é capaz de gerar em nós brasileiros. Da mais tenra à mais avançada idade, dos mais cultos aos mais simples, dos célebres aos humildes. É capaz de nos fazer um: brasileiros.

Não sou do tipo fanática por futebol, aliás, acho um absurdo se trocar tanta coisa boa na vida, por uma “pelada”, ou simplesmente para ver o “seu time” em uma final de campeonato.

Mas, talvez entenda esse sentimento em um momento como esse que estamos prestes a viver, ainda que há milhares de quilômetros.

Não sei se você já entrou em um estádio de futebol lotado, a torcida em peso gritando, vibrando, se debulhando em lágrimas, sorrisos, gritos, brados. Todos em uma só voz, unidos sem mesmo se conhecerem.

Uma vez tive a oportunidade de presenciar um acontecimento assim em um jogo importante do time do meu pai. Fiquei encantada com aquelas milhares de vozes cantando como em um lindo coral. O sonho de ver o Brasil jogando em uma copa do mundo brotou em meu coração.

É quase que mágico ver brasileiros em um local tão distante e se sentirem tão próximos, tão unidos. Por isso o futebol é um dos poucos esportes que me contagia.

A vontade de colocar os jogadores em frente ao gol e fazer com que aquela bola alcance a rede é tão grande que não conseguimos ficar sentados nas cadeiras, nos levantamos, brigamos com eles, damos dicas, imaginando que talvez possam ouvir, temos “amuletos”, fechamos os olhos, gritamos que é GOOOOLLLL, nosso coração dispara, nossos olhos brilham, uma lágrima brota, o abraço se faz, a emoção transborda.

Oramos desesperadamente para que o adversário não se aproxime de nós, e os que eram incrédulos se tornam fervorosos na fé.

O time brasileiro em campo é muito mais do que onze jogadores disputando uma bola, essa seria a mais fria das leituras. Na verdade, são os milhões de brasileiros mostrando ao mundo inteiro as cores que correm dentro de si: sim, somos verde-e-amarelo. Canarinho.

Somos festa, somos riso, somos a ginga, somos o grito vindo das entranhas do nosso ser, somos o calor humano que sobressai o cutâneo. Somos gente, somos solidariedade e isso todos podem ver.

Talvez seja por isso que a Nação pare nos 90 minutos de jogo. Empresas, escolas, comércio, repartições públicas, enfim, todos querem ver o Brasil na telinha, querem ver a nossa arte, querem ver que além do esporte, muito além, transmitimos a alegria de ser brasileiro. Apesar de toda injustiça, de toda corrupção, de toda mentira que agride a nossa nação, apesar da nossa política suja, das mazelas sociais, apesar de tudo isso, somos um povo feliz, e que se sente orgulhoso por isso. E talvez também seja por isso que atraímos as pessoas para que também conheçam além do futebol.

Isso não é tudo, mas como fico feliz de ver todos aqui e lá fora se sentirem assim tão unidos. Enlaçados.

Isso me faz lembrar que a Nação de Israel também se manteve unida mesmo quando estavam dispersos pelo mundo após a segunda guerra mundial, e o que os fizeram permanecer assim foi a sua fé. Permaneceram no mesmo propósito, mesmo sem um território. Permaneceram com os seus costumes, com o mesmo Deus, mesmo estando em países com culturas tão distintas, tão opostas e muitas vezes em uma realidade tão sombria.

Então a criação do Estado de Israel pelas Nações Unidas só os levou de volta pra casa, para que se sentissem completos novamente.

Isso me faz refletir e ir mais além.

Sinto-me muito mais entusiasmada quando vou a uma “marcha pra Jesus” ou qualquer outro evento que reúna milhares de cristãos de várias partes do mundo em um único propósito.

Isso enche o coração, nos faz ter o gostinho de como será a eterna comunhão, nos faz sentirmos “corpo”, a Nação Santa!! Geração Eleita! Isso é profundo demais! E o que nos une é Cristo, Ele não passa, Ele não nos faz um somente de quatro em quatro anos, Ele nos faz assim sempre. E isso contagia as pessoas, as faz desejarem fazer parte desse grupo que vive com o propósito de servir a Deus.

Todos se sentem parte de algo por possuírem algo em comum.

Ser cristão é ser parte, e somos um corpo inteiro, eternamente unidos por meio daquele que nos amou.

Que o Brasil, o mundo veja, a diferença que podemos fazer. E que possamos deixar muitas coisas seculares por esse motivo, assim como muitos deixam tantas por uma passageira partida de futebol.

Que sejamos “um” de fato. Aqui. Hoje.

Cristãos apesar da nossa realidade.

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