5 razões para lembrarmos as tragédias

Amigos, as últimas semanas na mídia foram um festival estranho de lembrar de grandes tragédias da humanidade. Lembramos os 20 anos de Chernobyl, 100 anos do Grande Terremoto de São Francisco, os 10 anos que o Palmeiras não ganha um Paulistão. Outro dia falou-se dos 50 anos do Holocausto. 20 anos do Plano Cruzado. 10 anos do acidente da TAM em Congonhas. E por aí vai.
Por que será que lembramos essas coisas? Não seria mais lógico colocar no mais profundo esquecimento estas coisas tão terríveis e nunca mais falar nelas? Haverá alguma vantagem em parar alguns minutos em silêncio para considerar tamanho sofrimento?

Consigo pensar em algumas boas razões para fazermos isso. Nunca me canso de citar George Santayama: “os que não conseguem lembrar do passado, estão condenados a repeti-lo”. Há coisas que podemos aprender nas tragédias. Veja algumas.

1. Lembrar das tragédias nos permite honrar as vidas humanas nelas perdidas. Qualquer que seja o motivo que as provocou, tragédias que ceifam milhares de vidas é sempre triste, doloroso e lamentável. É verdade que preces, velas e rituais não têm qualquer efeito para os que já morreram, mas para os que ainda estão aqui, lembrar os que se foram provoca uma profunda reflexão sobre o valor da vida, tão em baixa no mundo em que vivemos.

2. Lembrar das tragédias nos permite evitar erros do passado. Grande parte dos equipamentos de segurança de vôo foi desenvolvida a partir da análise de acidentes, cujas conseqüências poderiam ter sido evitadas com medidas relativamente simples. O acidente de Chernobyl provocou revisões importantíssimas nos procedimentos de segurança nas usinas nucleares. Só o Palmeiras não aprendeu o que fazer para sair da fila.

3. Lembrar das tragédias nos mantém com os pés no chão. Torna-nos cientes de que, como seres humanos, somos limitados, não conseguimos evitar certas coisas desagradáveis. Certas coisas fogem ao controle. Não estamos mais no comando, embora Deus tinha este propósito quando deu a Adão o domínio sobre toda a natureza. Jesus, o Homem perfeito, deu demonstrações desse poder quando acalmou tempestades e andou sobre as águas. Mas o pecado nos priva desse privilégio atualmente.

4. Lembrar das tragédias nos alerta que poderia ter acontecido com um de nós. Ninguém está livre delas. Do mais pobre ao mais rico. Não há dúvida que os menos favorecidos sempre sofrem mais e demoram mais para se recuperar delas, mas tragédias atingem a todos. E a maior tragédia da vida não é a morte. É não estar preparado para ela. Você está?

5. Lembrar das tragédias nos leva a usar melhor nossas oportunidades. Em todas essas histórias de desolação e miséria, sempre surgem os relatos daqueles que escaparam. Foi o casal de brasileiros que não viu o Tsunami porque estavam mergulhando. Ou o executivo que perdeu aquele vôo para o Rio que caiu logo após a decolagem porque ficou preso no trânsito. Sempre fica alguém para contar a história. Mas o que fizeram esses “sortudos” com a nova chance de viver que receberam? Nós que ainda escapamos de nossas e outras tragédias, como vivemos depois disso?

Sempre é tempo de aprender. Os romanos diziam que é certo aprender até mesmo de um inimigo. Que dirá de uma tragédia.

Pensando bem:

Tragédia é não saber o que seria.