Amigos, na última quarta-feira, por volta do meio-dia, uma fortíssima tempestade assolou nossa região. Ventos de até 158 Km/h causaram destruição e estragos por toda a cidade de Piracicaba e região. Foi algo assustador. Nunca tinha visto nada igual. Apesar de tudo, nem chegou a ser um furacão. Foi chamado pelos metereologistas apenas de um “mini-ciclone”. Suficiente para derrubar centenas de árvores, destelhar e amassar dezenas de casas e veículos, deixar a cidade toda sem água e sem luz, cancelar aulas em todas as escolas, encerrar o expediente forense e bancário e instalar o caos por todos os lados. Imaginem se fosse um mega-ciclone.
Durou pouco. Talvez menos do que cinco minutos. Tão repentinamente como começou, acabou. Você ouve falar dessas intempéries na televisão, no rádio e no jornal, mas só começa a ter uma idéia do que elas significam quando passa por uma. Narrativas eloqüentes jamais podem substituir a experiência. Agora eu posso dizer que sei o que é enfrentar um ciclone. Ainda ressoam nos meus ouvidos o barulho assustador do vento, a força da água invadindo as ruas e casas, a imagem assustadora de árvores imensas caindo e derrubando postes e fios. Posso descrever a sensação de impotência diante de forças da natureza tão descomunais e irresistíveis. Não há o que se possa fazer. Quase não há sequer onde se esconder. Você fica completamente vulnerável, ao fragor do vendaval, dos raios e relâmpagos.
Tempestades são assim. Surgem do nada, duram pouco tempo e deixam um rastro de destruição e prejuízos. Você não pode controlá-las, nem diminuir sua intensidade, nem mudar seu rumo. Se tiver sorte de sair da frente dela, ótimo. Senão, sai de baixo! Além disso, elas marcarão sua vida para sempre. Nunca mais você se esquecerá delas.
Escapei da tormenta por pouco. Quando pisei no saguão do meu prédio, a coisa despencou. Entrando em casa, encontrei 3 pares de olhos arregalados, correndo de um lado para outro, sem saber o que fazer. O curioso foi o que minha filha mais nova, de 5 anos, disse, aliviada, para sua irmã: “Ufa, ainda bem que o papai chegou!”. Não que eu pudesse fazer alguma coisa para parar a tempestade. Mas para ela, ter o papai por perto era o suficiente.
É muito bom saber que em meio às piores tempestades da vida, o Pai eterno está por perto. O profeta Naum disse que “o Senhor tem seu caminho na tormenta e na tempestade, e as nuvens são o pó dos seus pés”. Isto quer dizer que eu jamais estarei sozinho, por mais fortes que soprem os ventos. É como no Salmo 23: não interessa se estou passando pelo vale da sombra da morte, o que interessa é que Ele está comigo.
Interessante, no domingo passado eu preguei sobre isso. Mal sabia que tempestade enfrentaria na semana vindoura. Mais do que nunca, porém, ter passado pela experiência fez brotar no peito uma confiança inabalável de que o controle de tudo está nas mãos do Senhor, que caminha tranqüila e sossegadamente em meio ao vento indomável.
É impressionante como a gente só consegue enxergar esse tipo de coisa quando se está no meio do turbilhão. Quando a calmaria se instala, é muito fácil esquecer que tipo de Deus nós temos.