Vitória, do começo ao fim

Amigos, só um alozinho para dizer que estou vivo. Há muito tempo não descansava tanto. O difícil é fazer a caixola funcionar, pegar no tranco de novo. Nossa mente é como um forno à lenha. Depois que esquenta, vai bem. Mas até lá, demora um pouco. Estou nessa fase ainda. Tenham paciência comigo.

Fiquei muito aquém do chamado ócio criativo. Esperava criar e desenvolver uma série de coisas para os próximos meses nesses dias de férias, mas não foi possível. Enfim, o que posso esperar de um ano que começou em Vitória e no Espírito Santo? Só poderão vir coisas boas. Não tem como dar errado! Ao invés de pensar em projetos, preferi curtir intensamente as maravilhas desse estado distante de nós pelos 1200 Km de estradas perigosas que nos separam, mas que está cada dia mais presente em nosso coração, através do seu povo amigo e acolhedor. Rever os velhos amigos novos que tive o privilégio de fazer na Grande Vitória ao longo dos últimos anos foi uma oportunidade excepcional. Deus demonstrou sua imensa bondade para com nossa família, usando para isso irmãos e irmãs queridos com seu carinho, cuidado, disposição, hospitalidade e outras manifestações da piedade, que é ser como Deus é.

Encontramos Deus expresso em cada uma dessas pessoas e comunidades que visitamos. Nas moquecas (sem lazanha, desta vez), nas águas de coco (Santa Aldeia!!), nos apartamentos de frente para a praia (quanta bondade! É graça pura, já que não merecíamos isso), nos cultos de celebração a Deus repletos do mais alto nível de alegria, expressão, comunhão e espontaneidade (não vamos esquecer nenhum deles), na comida mineira na varanda, no almoço inesquecível de domingo (adeus, regime!!), no jabá com abóbora (quero bis um dia), nas pamonhas (de jiló, imaginem!!). Além disso, as belezas naturais. As praias, pedras, mirantes, montanhas.

Mas como na criação de Deus, descrita no Gênesis, depois de criar tudo o que era bom, Deus colocou no paraíso o que era muito bom. A coroa da sua criação: as pessoas. Esta é a maior reserva do Espírito Santo, nos dois sentidos. O cristão capixaba não é de falar muito. Ele é de fazer. Aliás, foi um deles, meu grande amigo, que escreveu alguns anos atrás: “Chegou a hora de parar de falar, chegou a hora de agir”. Acho que isso resume bem a atitude dos amigos que tenho por lá. Gosto disso. Faz a gente perceber que o Cristianismo autêntico ainda é viável. Aliás, é a única coisa viável no mundo de tanta falta de referências, onde impera a hipocrisia e o egoísmo.

Nunca fui poeta. Por isso, preciso emprestar de novo a verve de um dos maiores do nosso tempo, o amigo João Alexandre. Ele estava certo quando escreveu e quando canta:

    “A felicidade tem o gosto de Vitória
    Feliz a cidade que pode se chamar Vitória;
    É a pura verdade: quando alguém nasce em Vitória
    Já faz parte da memória do Brasil
    Da história do Brasil
    Da glória do Brasil,
    Vitória!”

Obrigado, Vitória. E vamos em frente!