Centenas de “guerreiros de oração” cristãos, de diversas partes do mundo, se reuniram no domingo passado, dia 13 de maio, em Nairobi, no Quênia, para o primeiro Dia Nacional de Oração pela Eritréia. Na ocasião, tiveram a oportunidade de compartilhar seus sentimentos e temores do que em breve pode vir a acontecer.
“Nós estamos realmente à espera de um milagre”, disse um líder importante da Eritréia, conforme relatou um membro do grupo Christian Solidarity Worldwide (CSW), do Reino Unido. “Esperamos testemunhar a intervenção divina em nossa nação e ver as respostas de oração”, afirmou o líder.
“Algo grande, além do que podemos imaginar, está prestes a acontecer”, disse outro líder.
O Dia de Oração pela Eritréia foi organizado pela Comunidade Evangélica da Eritréia na África e no Oriente Médio (EEE-AME, em inglês).
Muitos dos participantes são vítimas da diáspora cristã na Eritréia por causa da perseguição religiosa, o que inclui também quenianos, americanos, cristãos etíopes e judeus messiânicos.
A Eritréia é vergonhosamente conhecida pela perseguição aos cristãos, em particular aos evangélicos, a quem o país observa com suspeita por sua trajetória relativamente nova, na localidade. Estima-se que dois mil cristãos estejam atualmente detidos.
Relatos indicam que o governo tem invadido igrejas, cerimônias religiosas de casamento e prendido cristãos flagrados durante reuniões. Muitos deles são presos sem qualquer acusação ou julgamento, por tempo indeterminado. Alguns chegaram a ser confinados em contêineres de navios, feitos de metal, sob o sol quente da África.
O departamento de Estado norte-americano reconhece as horríveis violações da Eritréia à liberdade religiosa e até designou a classificação de “país de preocupação específica”, reiterada há três anos, para se referir à gravidade do caso.
Há ainda uma preocupação internacional com a prisão do patriarca da Igreja Ortodoxa, Abune Antonios, que desde janeiro foi confinado em sua própria residência e proibido de manter qualquer tipo de contato externo. Um novo patriarca foi nomeado, mas muitos líderes religiosos acusam o governo de ter orquestrado a substituição.
“Agora a Eritréia é um país fechado, mas nós confiamos no poder da oração para ver o fim desta repressão espiritual, com a qual estamos sofrendo”, disse Stuart Windsor, em um comunicado da CSW. “Os cristãos ao redor do mundo devem orar por aproximadamente dois mil cristãos eritreus presos, incluindo o patriarca da Igreja Ortodoxa, que está em prisão domiciliar por tempo indeterminado, torturado por causa de sua fé”, completou.