A perseguição contra o cristianismo no Paquistão continua crescendo. No início deste mês, fundamentalistas muçulmanos enviaram uma carta para as comunidades cristãs em Charsadda e Mardan, que ficam ao norte do país. Na correspondência, os islâmicos ameaçam a vida dos cristãos.
“Convertam-se ao islã dentro de 10 dias e fechem todas as igrejas do país. Se as ordens não forem obedecidas, todos os cristãos serão executados”, diz trecho da carta.
Assim que as comunidades receberam o aviso, os líderes entraram em contato com a polícia. O inspetor do distrito de Charsadda, Feroz Shah, foi o encarregado de investigar o caso. Segundo ele, o comunicado não se trata de uma ameaça, mas sim de uma brincadeira. Por esse motivo, Shah declarou que não pode efetuar prisões.
Já o bispo de Islamabad-Rawalpindi, Antonhy Lobo, discorda do inspetor. “Essa carta não é uma brincadeira, mas uma ameaça que precisa ser levada a sério. A comunidade cristã do Paquistão está muito assustada. Já apelamos a esferas superiores do poder no país pedindo ajuda e continuaremos a fazer isso”, afirmou.
Para o bispo, mesmo que a carta seja de um louco, é preciso proteger a minoria cristã, porque algum tipo de atrocidade contra os cristãos pode acontecer a qualquer momento.
Apesar da perseguição, os fiéis buscam defender seus direitos. “Vamos orar, mas não podemos ficar nisso. Já protestamos contra essa situação de medo e incerteza e continuaremos a fazê-lo. Enquanto isso, apelo para que o mundo nos ajude nessa perigosa luta contra o fundamentalismo”, declarou.