Um novo livro promete causar polêmica entre os religiosos do planeta. Na quarta-feira, 22/03, foi lançado em oito idiomas em todo o mundo a obra “O Evangelho Segundo Judas, por Benjamin Iscariote”. O livro retrata a visão negativa de Judas, mas também a positiva, que surgiu recentemente a partir de um antigo manuscrito copta divulgado pela National Geographic Society, de que o apóstolo foi um instrumento do plano divino.
De acordo com o manuscrito, Judas Iscariotes foi usado para que a morte e a ressurreição de Cristo pudessem acontecer. Essa visão exalta o personagem, que foi o traidor de Jesus, relatado no Novo Testamento.
O anglicano Jeffrey Archer, autor britânico de best-sellers, e o católico Francis J. Moloney, especialista australiano em Bíblia, são os autores da obra. Os dois pretendem questionar as duas visões acerca da vida do apóstolo: a positiva e a negativa.
Na terça-feira, os autores apresentaram a obra ao público com uma declaração polêmica. “O silêncio dos evangelistas Marcos, Lucas e João sobre a traição de Judas em troca de 30 dinheiros me levou a pensar que o relato de Mateus é tendencioso e que, na realidade, não se sabe nada com certeza”, considera Moloney.
Além disso, o livro argumenta que Jesus não andou sobre as águas nem transformou a água em vinho nas bodas de Canaã. Outra tese apontada pela obra é que Judas não queria que Jesus fosse preso em Getsêmani, mas esperava convencê-lo a fugir para a Galiléia com a ajuda do escriba. No entanto, esse escriba traiu Jesus. Os autores também questionam o suicídio de Judas relatado por Mateus e afirmam que o apóstolo foi crucificado pelos romanos.
Moloney acrescentou que Judas Iscariotes tinha poder para dizer sim e não, por isso discorda do manuscrito, que afirma que o apóstolo não teve escolha e fora obrigado a trair Jesus. Para o católico, Judas é um personagem trágico.