Indiferença

    Ame-me ou odeie-me, mas não me seja indiferente! Não existe nada pior para o ser humano do que passar despercebido. É melhor que não nos suportem do que não nos vejam.

    Este é o problema do homem invisível. Quando aconteceu o acidente, ele ficou encantado com seu novo estado, mas com o tempo, quando ninguém o via e ninguém falava com ele, se deu conta de que ser invisível o deixava sozinho. E isso foi o que mais o incomodou.

    Ninguém quer que lhe respondam o silêncio. Quando pedimos ajuda, queremos sempre escutar uma resposta. Quando precisamos de alguma coisa, esperamos sempre receber uma colaboração.

    Isso é o que o salmista estava reclamando a Deus no Salmo 83:1: “Ó Deus, não guardes silêncio; não te cales nem fiques impassível, ó Deus.” Ele não queria mais silêncio, não queria mais indiferença. Ele queria que Deus o escutasse e que agisse como Deus, com poder e glória, dando uma solução ao seu problema.

    Hoje nós reagimos da mesma maneira. O silêncio de Deus nos incomoda. Sua suposta indiferença nos atormenta quando Ele não responde na hora as coisas que pedimos. Nos incomoda ter tão poucas respostas a problemas tão pontuais.

    No entanto, o contrário também é realidade. Muitas vezes somos indiferentes a Deus. Deixamos de escutá-lo e obedecê-lo. Disfarçamos quando Ele nos desafia e fazemos de conta que não ouvimos nada, virando-nos para outro lado.

    Deus nos chama à santidade e nós pecamos. Deus nos pede compromisso e ignoramos seu chamado. Deus nos pede pureza e preferimos ouvir Sua voz depois. Deus nos pede integridade e nos vendemos por qualquer solução fácil.

    Somos indiferentes a Deus, e o que é pior, não nos interessa mudar. Por isso o pedido do salmista é um bumerangue que nos acerta. Nós necessitamos das respostas de Deus quando somos nós que, diariamente, lhe somos indiferentes.

    Se você necessita da atenção de Deus, pense quanto mais Lhe dói a sua indiferença.

    Não seja indiferente à sua indiferença!