A Igreja Luterana Salvadorenha denunciou, na sexta-feira, 16, perseguição e ameaças de morte que família da reverenda Vilma Rodríguez vem recebendo. As ameaças podem ser parte de um processo sistemático contra líderes da igreja, em resposta à marcante ação de denúncia e acompanhamento aos mais precisados do país.
O bispo da igreja luterana, Medardo Gómez, relatou que dois filhos da pastora Vilma Rodríguez foram perseguidos e ameaçados de morte por sujeitos desconhecidos, na quinta-feira, 15, à tarde.
Há mais de três meses, os pastores Francisco Carrillo e Jesús Calçada de Carrillo foram assassinados enquanto saíam de um ofício religioso na comunidade Independência, no Cantão 2 de Maio, município de Jayaque. Autoridades policiais nem judiciais avançaram nas investigações.
“Estamos muito preocupados por esses acontecimentos, porque tudo aponta que é uma campanha contra a igreja, e neste clima de polarização e violência em que vivemos corremos o risco de ser assassinados”, sustentou.
Segundo dados oficiais, cerca de 15 pessoas são vítimas da violência a cada dia em El Salvador. O governo reporta menos casos e atribui-os em sua maioria às “maras”, gangues que operam em todo o país. Depois do fim da guerra em El Salvador, mais de 35 mil jovens organizaram-se em maras MS13 e MS18, que são uma réplica dos grupos dos Anjos, Estados Unidos.
O bispo sustenta, no entanto, que as características deste processo de perseguição assemelham-se às operações que os Esquadrões da Morte usavam no período de chumbo no país. Tratava-se, então, de grupos armados de ultradireita que foram organizados para assassinar pelo falecido militar Roberto D’Aubuisson, líder máximo do partido no governo de turno.
“Pedimos à comunidade nacional e internacional suas orações e solidariedade nestes momentos difíceis que enfrentamos”, solicitou o bispo.