Nem tão fantástico assim… infelizmente. Um filme feito quase que correndo pra pegar a onda do verão (do outro hemisfério) e rivalizar com Batman Begins tinha poucas chances de ser bom.
Infelizmente é inevitável num primeiro filme de super-heróis não contar a origem dos mesmos, mas este filme fica na origem e é só. Não tem mais nada. Isso me deu uma sensação meio “já acabou?”. Podia ter mais. Talvez o próximo filme seja melhor, como o Homem-Aranha 2 foi melhor que o primeiro – e X-Men 2 também, mas não acredito tanto. Foi criado para ser um blockbuster, um filminho divertido infanto-juvenil, mas eu mesmo não percebi toda esta diversão.
Bom… acho que queimei o filme demais. Ele não é tão ruim assim. É mediano, apenas. Gostei de ter visto no cinema, mas preferia ver O Justiceiro (outro filme da mesma editora de quadrinhos: Marvel) na telona que este filme.
É a história do grupo de quatro amigos (ou não) que receberam super-poderes, liderado por Reed Richards (Ioan Gruffudd), o “Sr. Fantástico”, que tem o poder de se esticar (!!!) e é um super-gênio – o mais burro do mundo. Ele é apaixonado pela Sue Storm (Jessica Alba), que de loira não tem nada, coitada. Repare nos “olhos azuis” dela na cena do observatório. Que lentona (de contato) descarada! Fora esta artificialidade, a Mulher Invisível é muito linda e mereceu ser disputada a tapas, rajadas de energia, choques elétricos e tudo o mais. Seu irmão, Johnny Storm (Chris Evans), o Tocha Humana, é o garotão inconseqüênte e conquistador que pode ficar em chamas e voar. De longe, o poder mais legal. Fecha o quarteto o Sr. Ben Grimm (Michael Chiklis), o Coisa, amaldiçoado com a forma bizarra feita de pedra, que tem superforça e é superpesado. Aí está um ponto positivo do filme: Ele se revolta com a situação e isso é bem explorado. Todas estas personagens e seus relacionamentos estão bem caracterizados. Muito fiel ao original. Este não é o problema. O problema está no vilão da história…
Victor Von Doom (Julian McMahon), o Dr. Destino, está muito descaracterizado. Ao extremo. No original ele é o soberado da Latvéria que odeia os americanos e não tem nenhum superpoder. Apenas é sua aliada a tecnologia. Neste filme usaram praticamente só o nome dele. Isso é revoltante. Fizeram dele um supervilão elétrico feito de ferro. Nada a ver! A sua origem junto ao quarteto nada tem a ver também.
Fora isso, o filme sofre de outro problema: falta de ação. A imprensa faz o maior hype sobre o quarteto sem justificativa plausível. Isso é um furo, algo mal amarrado e mal explicado demais. Podiam ter caprichado mais nisso. O que pode compensar é a comédia presente. Tem algumas piadas legais, principalmente envolvendo o Tocha e o Coisa. Os efeitos são muito legais também, no geral. Peca um pouco nas expressões faciais do Tocha em chamas. Bem artificial. Quanto ao Coisa, preferiram fazer maquiagem e uma roupa de pedra em vez de criá-lo no computador. Isso foi um acerto. Não ficou perfeito, mas chegou quase lá.
Impossível não comparar, perde feio pra Os Incríveis, da Pixar, apesar dOs Incríveis serem claramente uma referência ao Quarteto. Tem até dois poderes idênticos! Uma curiosidade: Após o lançamento dOs Incríveis a produção do Quarteto decidiu refilmar a batalha final, por ser muito parecido com a batalha final da animação. Muito bacana isso!
É isso aí! Cinema-pipoca puro. Diverte até.