Há décadas surgiu no meio da igreja cristã a teoria da prosperidade. Entre brados de vitória e declarações triunfalistas, passou-se a considerar o Evangelho e a fé como senhas secretas para acessar o mundo de benesses celestiais. Bênção de Deus passou a ser sinônimo de riqueza, prosperidade, saúde e luxo. Seja fiel e Deus vai te abençoar.
No entanto, esta teoria não encontra eco nas Escrituras. Deus nunca prometeu nem insinuou que seremos abençoados em função dos méritos da nossa fidelidade. Ele nos ensina a sermos fieis por nosso temor a Ele, nunca de olho no benefício.
O que dizer das pessoas que perderam a própria vida por sua fidelidade? É que ensina, por exemplo, Hebreus 11:35-39. Não receberam em troca, nesta vida, a bonança e a prosperidade material. Bem diferente disso, diz o texto que:
- Foram torturados
- Passaram por escárnios, açoites, algemas e prisões
- Foram apedrejados, provados, serrados pelo meio, mortos ao fio da espada
- Andaram peregrinos, vestidos de peles de ovelhas e de cabras
- Foram necessitados, afligidos e maltratados.
E não. Não passaram tudo isso porque não eram dizimistas fieis ou porque não sabiam fazer a confissão positiva. O texto prossegue dizendo que “o mundo não era digno deles”, tamanha a grandeza do seu testemunho de fé.
O Senhor não nos abençoa por causa de nossa fidelidade, mas por causa de sua graça. A grande questão talvez esteja no nosso conceito de “bênção”. Se ele não estiver ligado com o conceito de Deus, sempre teremos dificuldade com nosso sistema de mérito e obras.