O canal por assinatura National Geographic começa a exibir nesta segunda uma nova série que mistura relatos bíblicos e investigação ao estilo CSI. Com o título de “Lost Faces of the Bible” ´[Rostos perdidos da Bíblia], o programa reuniu uma equipe internacional de arqueólogos, antropólogos forenses e especialistas em reconstrução facial. O objetivo é tentar recriar os rostos de três adultos e um recém-nascido, cujos restos do esqueleto remontam aos tempos bíblicos. O programa foi ao ar nos EUA em maio e agora é relançado em um novo formato.
São quatro episódios que foram produzidos por Simcha Jacobovici, famoso por popularizar a arqueologia bíblica na TV em programas polêmicos como “O Sepulcro Esquecido de Jesus”.
Mais uma vez ele tenta atrair a atenção do público com um tema bíblico, ao mesmo tempo que alguns arqueólogos o criticam por não ter uma abordagem totalmente científica. A fórmula usada nesta nova série é usar as ossadas de quatro pessoas que viveram no período bíblico e tentar liga-las a histórias conhecidas.
As faces mencionadas no título são de 4 pessoas cujos restos mortais tem cerca de 6 mil anos. O objetivo anunciado é mostrar como seriam os rostos das pessoas que viveram nessa época. O primeiro episódio trata da reconstituição do crânio de uma mulher filisteia, que recebeu o nome de Dalila, numa tentativa de aproximá-la da mulher de Sansão.
O segundo é sobre um homem, provavelmente um caçador, que foi sepultado numa gruta no deserto da Judeia. O seriado afirma que ele teve “a mesma vida difícil de um nômade do deserto como Esaú”. O esqueleto reconstituído do bebê visa mostrar como era o sacrifício de crianças mencionado na Bíblia. E o episódio final mostra um homem galileu que pode ter vivido no primeiro século e que é chamado de “o homem que conheceu Jesus”.
Embora os especialistas forenses já tenham reconstruído rostos de pessoas de várias civilizações antigas, este é a primeira vez que cientistas trabalham com restos mortais dos tempos bíblicos, diz Jacobovici. Ele ressalta que é muito difícil a obtenção de ossos antigos para exame por que os judeus ultra ortodoxos acreditam que não se deve mexer com os ossos dos falecidos.
A solução encontrada para contornar o problema foi fazer com que os especialistas forenses digitalizassem os restos mortais. Victoria Lywood, uma especialista forense que trabalhou na produção, conta que ela imprimiu os crânios em uma impressora tridimensional a partir de imagens de tomografia computadorizada. O restante, segundo ela, foi baseado em medições de profundidade de tecidos moles e outras metodologias forenses.
Para aumentar o clima de investigação, os episódios são apresentados por David Berman, um dos protagonistas do programa “CSI: Crime Scene Investigation”. Com informações de Times of Israel e Religion News.