Guerra do Iraque fez aumentar a perseguição aos cristãos no país

O crescente colapso da lei e da ordem no Iraque tem sido uma tragédia. Todos os iraquianos estão sendo afetados, mas a minoria cristã do país está arcando com o maior peso. “O que começou como uma libertação para os cristãos iraquianos se transformou em perseguição mortal”, afirma Jim Jacobson, presidente da Liberdade Cristã Internacional (CFI, sigla em inglês).

Em um boletim informativo a CFI aponta: “O cristianismo no território agora conhecido como Iraque existe desde o século IV, bem antes do islamismo. A igreja sobreviveu a várias formas de perseguição através do tempo, mas atualmente enfrenta o que pode ser o maior desafio.

Embora Saddam Hussein não fosse amigo do cristianismo – nenhum ditador consegue ser – os cristãos não eram seu alvo de perseguição. A falta de liberdade dos cristãos iraquianos era a mesma dos demais, mas pelo menos estavam livres da violência da ‘guerra santa’.

A destruição da ditadura inicialmente criou espaço para o evangelismo, tendo a resposta de milhares de iraquianos. Mas a explosão do crime e de uma sociedade sem lei e o crescimento do número de extremistas têm tornado a vida de muitos cristãos impossível. Gangues têm escolhido os cristãos como alvos para extorsão e seqüestro. Tanto muçulmanos como cristãos estão sendo vítimas das explosões e dos tiroteios.”

Extremistas islâmicos, observa Jim Jacobson, “estão alvejando cristãos por qualquer motivo, desde violar os códigos islâmicos de vestimenta até por simplesmente serem cristãos”.

Segundo algumas estimativas, metade da população de 1,2 milhões de cristãos de antes da guerra – incluindo católicos, protestantes e ortodoxos – fugiram do Iraque, muitos indo até a Síria. Outros cristãos iraquianos buscaram a emigração para os Estados Unidos ou Europa.

Proteção efetiva às minorias

A CFI diz que primeiro, o governo americano deve insistir que a proteção efetiva às minorias religiosas seja uma das estratégias a serem usadas para avaliar a eficácia do novo governo iraquiano – e a disposição do governo americano para continuar a oferecer apoio.

“A administração de George Bush deve insistir no argumento de que a invasão no Iraque não aconteceu para substituir uma repressão por outra”, diz Jacobson.

As forças dos Estados Unidos no Iraque devem responder aos pedidos de assistência dos cristãos locais. Em uma tentativa de apaziguar os muçulmanos, os americanos têm mantido uma certa distância dos cristãos iraquianos, mesmo sendo alvos dos extremistas.

Os Estados Unidos devem aceitar os cristãos que estão buscando fugir da opressão. Até o momento os Estados Unidos estão de portas fechadas, numa tentativa de não admitir que a perseguição exista no Iraque. Mas a política não pode esconder a realidade.

O governo americano carrega um grande fardo, tendo de maneira não intencional contribuído para liberar a fúria da guerra sectarista na comunidade cristã iraquiana. “O mínimo que Bush poderia fazer seria fornecer uma proteção a mais para as minorias religiosas e aceitar esses iraquianos forçados e fugir pela falta de liberdade religiosa”, opina Jacobson.