Quem trabalha com ações sabe o que é uma oscilação. Os que dependem do comércio reconhecem seu peso. Aquele que tem um ente querido numa UTI entende a crueldade de oscilar. No dicionário ela é definida como o efeito do “vai e vem”, o que é em um minuto já não é no outro, o que melhora agora, piora em segundos. Isso enlouquece qualquer um!
A oscilação enfraquece nossa confiança, desequilibra nossos valores, corrompe o nosso caráter, mas seu ataque voraz é contra as nossas convicções: ora cremos, ora não cremos, ora obedecemos, ora nos rebelamos, nos tornamos pessoas de pouca credibilidade para nós mesmos e para os outros.
Aos domingos estamos sorrindo, confiantes, ouvimos o sermão e saímos convictos, mas na primeira adversidade já não sabemos se acreditamos. Estamos infectados.
Como nos livrarmos dessa doença que parece infectar até o mais equilibrado coração?
Nosso coração é oscilante, mas o de Deus não! E este é o antídoto para esse mal: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e será eternamente” (Hb 13:08), “Pois eu,o Senhor não mudo…” (Ml 3:6), “Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação” (Tg 1:17). O namorado pode amar hoje e ter dúvidas amanhã. Você pode querer e depois mudar de idéia, crer e logo depois duvidar. Mas Deus não muda, não dança conforme a música, não cede a modismos, não age conforme as circunstâncias. Ele não muda!!! O que Ele determinou está determinado e ponto final.
Podemos ser levados pelas ondas, mas Jesus continua andando por cima delas e a mesma mão que foi estendida para Pedro, está estendida para nós. Pedro era um camarada oscilante; ora andou por sobre as ondas, ora afundou, mas Alguém deu a ele equilíbrio. É interessante observar que Jesus não ordenou, nesta ocasião, que o mar se acalmasse para que Pedro andasse por sobre o mar. Não mandou a oscilação das ondas cessarem. Ele chamou Pedro para caminhar por cima de tudo e Pedro só afundou porque parou de olhar para o equilíbrio de Jesus e se deteve nas ondas.
Não fomos chamados para ter um coração oscilante, mas sim para caminhar por cima de tudo. Há uma mão estendida para nós, há um convite… E aceitá-lo significa estar firme, seguro.
Fico pensando no comportamento de Pedro quando voltou para o barco, auxiliado por Jesus. Ele estava vivo, seguro, acompanhado, amado, ainda que as ondas continuassem a balançar o barco. Ele poderia até duvidar ou estar confuso com muitas coisas, mas jamais poderia deixar de crer na mão que o acolheu; a mesma mão que foi cravada numa cruz para que eu e você pudéssemos acreditar no que Ele é capaz de fazer para nos alcançar.
Ande por cima das ondas!
por Érika Silva Santos