População brasileira ultrapassa a marca 200 mi, mas terá declínio em 30 anos
A um ano da Copa de 2014, já somos mais de 200 milhões de brasileiros “em ação”. A projeção oficial da população do IBGE, divulgada nesta quinta feira, estimou 201.032.714 de pessoas vivendo no país. Pela primeira vez, a marca de 200 milhões foi superada –a cifra era de 199.242.462 em 2012.
A marca exata de 200 milhões foi alcançada, segundo a projeção do IBGE, em 2 de dezembro de 2012.
O Estado de São Paulo continua sendo o mais populoso do país, com 43.663.672 habitantes. Na sequência aparecem Minas Gerais (20.593.966) e Rio de Janeiro (16.369.178).
Já o Estado menos populoso do país é Roraima, com 488.072 habitantes.
O crescimento populacional brasileiro está, porém, com os anos contados. O instituto prevê que o número de habitantes crescerá até 2042, quando a estimativa aponta para um total 228,4 milhões de pessoas. A partir de então, o contingente populacional se reduzirá gradualmente até chegar a 218,8 milhões em 2060, mesma cifra estimada para a população brasileira de 2025.
Embora a inversão da curva de crescimento da população só ocorra em 29 anos, o Brasil já vive há décadas um declínio contínuo do ritmo de crescimento da população, decorrente principalmente do fato de que as mulheres têm cada vez menos filhos.
Em 2013, a taxa de natalidade ficou em 1,77 filho por mulher –em 2000, por exemplo, estava em 2,39 filhos. Desde 2007, o número já é menor do que o necessário para repor a população –um casal tem de ter, ao menos, duas crianças para “substituí-los”.
“A redução esperada do nível de crescimento da população é decorrente, principalmente, da queda do número médio de filhos por mulher, que vem decrescendo desde a década de 1970″, diz o IBGE.
Essa redução da taxa de natalidade se acentuará ainda mais, segundo a projeção do IBGE. Cada vez mais inseridas no mercado de trabalho, as mulheres terão ainda menos filhos no futuro e vão postergar ainda mais maternidade, segundo o estudo. A previsão é de uma taxa de fecundidade em torno de 1,5 a partir de 2030 e um aumento da idade média para as mulheres se tornarem mães –de 26,9 anos, em 2013 para 29,3, em 2030.
“O papel da mulher mudou e elas estão mais presentes no mercado de trabalho. A maternidade já não tem o mesmo valor na sociedade que tinha há 20 ou 30 anos atrás”, diz Ana Amélia Camarano, demógrafa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
Camarano aposta que a população brasileira começará a se reduzir ainda mais cedo do que aponta o estudo do IBGE, por volta de 2030, em razão especialmente desta menor fecundidade.
Ela aponta ainda que o Brasil terá de enfrentar no curto prazo os problemas causados por esta redução populacional, o enfraquecimento da economia. “Isso é um problema. Um país que perde população é o mesmo que uma sociedade em decadência. Há perda de poder econômico, menos pessoas em idade para trabalhar, para pagar impostos e para manter a Previdência dos mais velhos”, diz a demógrafa do Ipea.