Orgulho de ser pó

“e olhei eu para todas as obras que fizeram as minhas mãos, como também para o trabalho que eu, trabalhando, tinha feito, e eis que tudo era vaidade…” (Ec. 2:11).

Por que preciso me sentir amado? Por que tanta necessidade de ser valorizado? Por que busco fama e reconhecimento? Vivo minha luta pessoal em busca do aplauso dos homens. Pago o preço para receber um tapinha nas costas, um aperto de mão, um elogio fingido. Palavras de aprovação massageiam meu ego me fazendo sentir bem, me fazendo ser quem não sou.

Sinto-me poderoso, importante. Sou seduzido por um simples: “muito bem!” Espero ansioso o fim da próxima aula, da próxima mensagem: o que falarão de mim? Sonho com os auditórios lotados, os grandes congressos o reconhecimento das multidões.

Estou, cuidadosamente, procurando as palavras certas e as expressões mais interessantes para que este artigo seja lido e comentado, apreciado e elogiado por todos que o acessarem. Isto por um pecado que insisto em carregar comigo, chamado orgulho.

Já disse em outro lugar que não gosto de mostrar minhas fraquezas e não sei porque tenho aberto meu coração e exposto tamanha falha para pessoas que nem conheço, mas neste momento de confissão começo a ver o que sempre esteve visível: o Ser mais poderoso e importante do universo “não considerou que ser Deus era algo que devia apegar-se, mas humilhou-se tomando a forma de servo” (Fil. 2:5-11), então por que eu, que sou pó, julgo ser alguma coisa?

Olhando para mim (e também para os políticos, artistas e atletas de nossa sociedade), vejo como a tentação do diabo à Eva foi certeira: “… sereis como Deus”. Fama e poder têm contaminado e corrompido milhares. Vivemos em meio a uma crise de integridade que, cada vez mais, tem atingido as fileiras cristãs. Preciso entender que toda esta busca louca de ser um “pó importante” não passa de mera vaidade.

“Pai, mostra-me mais uma vez que toda glória é tua e que tua glória Tu não darás a outro.
Faz-me entender que no Teu Reino os humilhados serão exaltados.
Dê-me a visão do sofrimento e humilhação de Cristo, para que isto me sirva de exemplo.
Ensina-me a ter alegria nos sofrimentos, injúrias e tribulações.
Ajude-me a retornar ao primeiro amor.
Conduze-me por teus caminhos e que nesta caminhada eu aprenda os verdadeiros conceitos e valores da vida cristã.
Toma-me como barro e, por mais dolorido que seja o processo de modelagem, tenha liberdade para me amassar e me refazer até que minha vida sirva como um instrumento para Tua glória.
Que toda glória, honra e louvor sejam dados ao Teu nome, eternamente.”

“Senhor, Tu me sondas e me conheces” Sl. 139:1.