Israel prepara invasão e diz estar em guerra

O comandante da Região Norte do Exército israelense, general Udi Adam, disse hoje que o país está em guerra e, por isso, baixas serão inevitáveis. Enquanto isso, Israel alertou que pode realizar uma invasão massiva com sua primeira ação terrestre na região. Até agora, os ataques israelenses, que mataram mais de 300 pessoas no Líbano, ocorreram pelo ar.

Aviões distribuíram hoje panfletos pedindo que moradores deixem a região de fronteira com Israel. As forças israelenses intensificaram os ataques nesta localização. “É possível que nossas operações por terra sejam ampliadas nos próximos dias”, confirmou o general Alon Friedman ao jornal Maariv. Além disse, o Comando Militar de Israel convocou cinco mil reservistas para integrarem a ofensiva. Uma operação terrestre necessitaria de muito mais soldados do que as ações aéreas.

“Estamos em guerra. A guerra custa vidas, e também vidas civis. Sugiro que não contemos os mortos, porque o que necessitamos agora é mostrar nossa força e determinação”, declarou o general Udi Adam. Ele afirmou que, nos últimos dois dias, o objetivo das operações em terra do Exército israelense foi encontrar e localizar os locais onde estão os terroristas, “de onde o Hisbolá lança os foguetes Katyusha contra o território de Israel”.

“Esta missão não é fácil e unidades de elite do Exército estão realizando esta tarefa”, afirmou o militar, que ressaltou que um grande número de infra-estruturas e posições do Hezbolá foi destruído. “Começamos a enviar unidades de Infantaria para neutralizar as células terroristas”, disse Adam.

O general comentou que uma parte considerável da infra-estrutura do grupo foi danificada desde o início da ofensiva de Israel no último dia 12, após o seqüestro de dois soldados israelenses e a morte de outros oito em um confronto com militantes do grupo xiita na fronteira com o Líbano.

“A opinião pública internacional entende que vemos esta força como uma que existe não para proteger o Líbano, mas para arruinar este país”, afirmou o general, em alusão ao Hezbolá.

Em relação ao líder do Hezbolá, Hassan Nasrallah, o militar acredita que Israel irá prendê-lo até o final da operação. Na quinta-feira, a Força Aérea de Israel lançou 23 toneladas de bombas sobre um bunker de Beirute, aparentemente sem atingir o líder.

Mortes

Os ataques de Israel provocaram a morte de mais de 300 pessoas no Líbano. O exército afirma que 100 milicianos do Hezbolá foram atingidos pelas operações. A ofensiva é represália contra seqüestro de dois soldados israelenses pelo grupo Hezbolá, que está sediado no Líbano.