Amigos, cá estamos às portas de um novo ano. Já estamos em ritmo de merecidas férias. Outro dia, o mundo estava preocupado com a virada do ano 2000 e já estamos quase na metade da primeira década do terceiro milênio. “Tudo passa rapidamente e nós voamos.” Nesta época, sempre ficamos imaginando se o ano passou mais depressa. Bobagem. O ano teve o mesmo tempo que todos os outros. Até um pouco mais, porque foi um ano bissexto. Não foi o tempo que passou mais rápido. Fomos nós que o gastamos pior.
A pós-modernidade inventa tanta coisa para a gente fazer, que 24 horas não são mais suficientes. Não nos damos conta, porém, de que se tivéssemos 36 horas em um dia, também não seria suficiente. Assim como o dinheiro, quanto mais temos, mais precisamos. E tempo é dinheiro.
Eu fico observando algumas mães que trazem seus filhos para a nossa escola. Elas enchem de tal maneira o dia de seus filhos que quando chega em novembro ou dezembro, a maioria deles está esgotada. São crianças de 8 a 12 anos. Vão para a escola de manhã, almoçam correndo e vão para o inglês (isto é FUNDAMENTAL!!); saem daqui e vão para a natação; depois para o judô; depois para a aula de redação; quando param em casa, estão tão cansados que o máximo que conseguem é ficar 6 horas na frente da televisão, do computador ou do videogame. Viram todos uns branquelos, porque não tomam sol, não brincam ao ar livre, não se alimentam direito.
Nosso ritmo é sufocante desde pequenos. Muitas vezes a razão para isso é que não conseguimos ter o que Paulo ensinou a Timóteo: “piedade com contentamento”. Nunca estamos satisfeitos com o que temos, e isso nos leva a uma busca frenética por mais. Seja mais dinheiro, mais prestígio, mais influência. Queremos mais. Não que esteja errado querer crescer na vida. Mas se isso se torna o ponto mais alto, faltará tempo, energia e vida para conseguir tudo.
Sugiro que há dois objetos que servem como excelentes aferidores da nossa maturidade e experiência com Deus: nossa carteira e nosso relógio. A maneira como usamos essas duas coisas é muito ilustrativa sobre nosso caráter e nossa espiritualidade. Onde gastamos essas duas bênçãos de Deus, que recebemos por Sua graça, revela o que está em nosso coração. Explica quem nós somos de fato.
Por exemplo, por que passar mais do que 1 hora nas reuniões do povo de Deus às vezes nos parece tão pesado, mas assistir a um filme ou a um jogo de futebol parece passar tão depressa? Por que achamos tão barata aquela calça jeans de R$ 120,00 e uma oferta para missionários de R$ 100,00 parece tanto dinheiro? Por que conseguimos ficar 5 horas em um chat, jogando conversa fora, mas não conseguimos orar sequer por uma hora todos os dias?
Não precisamos mais tempo do que temos. Se precisássemos, Deus nos teria dado. Precisamos é aprender a “contar os nossos dias”, a “remir o tempo”, a “aproveitar as oportunidades”. Gastamos tempo demais com coisas de menos. Não sabemos priorizar. Enchemos a vida de coisas que poderiam esperar e deixamos de lado as verdadeiramente inadiáveis.
Mais um fim de ano. Outra vez essas reflexões nos vêm à mente.
Para serem encaradas com seriedade e desejo de mudança, ou simplesmente para encher o lugar comum do assunto desta época.
Pensando bem:
Quando lhe falta tempo para fazer alguma coisa, de onde você tira?