Estudos sobre o cérebro revelam como o sono afeta a memória de longo prazo

Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Liège, na Bélgica, usou um aparelho de ressonância nuclear magnética para ver como os voluntários arquivavam informações sobre o jogo Duke Nukem.

Jogadores que não haviam dormido resgataram informação de uma parte diferente do cérebro. O estudo, publicado na revista “Proceedings of the National Academy of Sciences”, explica como o cérebro arquiva e armazena informações.

Há muito os especialistas acreditam que o sono ajuda a fixar a memória. Para comprovar a teoria, os pesquisadores deram missões aos voluntários. Eles tinham de encontrar lugares em uma cidade virtual criada no videogame.

Após um período de treinamento para se acostumarem com o terreno virtual, os jogadores tiveram de achar determinados pontos enquanto os cientistas mapeavam a atividade do cérebro usando ressonância magnética.

Os exames mostraram que o hipotálamo, uma área do cérebro associada à memória, ficava mais ativo quando os jogadores tinham de resgatar informação, ou memória, para chegar a um destino.

Depois, os voluntários foram divididos em dois grupos. Um podia dormir, o outro não. Novamente, os pesquisadores pediram aos participantes que procurassem endereços nas ruas virtuais enquanto sua atividade cerebral era analisada.

Os cientistas descobriram que o grupo que tinha dormido resgatou informação de uma área do cérebro conhecida como striatum. Eles concluíram que o sono promove uma reorganização da memória, que é “transferida” do hipotálamo para o striatum.

A equipe concluiu, no entanto, que ambos os métodos de resgatar informação armazenada no cérebro são eficientes. Segundo os pesquisadores, isso significa que se por um lado a falta de sono afeta as funções cerebrais, ela não afeta o comportamento –como se pensava.

“Parece que o sono acelera os processos normais. E que a memória é reprocessada durante o sono”, disse Pierre Orban, líder da equipe.