Amigos, não está faltando acento desta vez. Não quis escrever OlimpÍadas, com acento agudo. Era mesmo OLIM-PIADAS. Esses jogos são uma verdadeira piada. Não gosto de Olimípiadas. Saiba porque nas linhas abaixo.
Começa com esse negócio da contagem regressiva que só perde em chatice para a do Brasil 500 anos. Papagaio! Ninguém agüenta mais esse massacre. Todo dia a mesma coisa. Haja paciência para tanta contagem! Agora ainda faltam 90 e tantos dias e precisamos ser lembrados disso a todo instante. Está difícil decidir quem é o chato do ano: a contagem regressiva da Globo e Bandeirantes para as Olimpíadas ou aquele sujeito das Casas Bahia. Bom, poderia ser pior. Imaginem: CASAS BAHIA PATROCINAM A CONTAGEM REGRESSIVA DAS OLIMPÍADAS. Aí apareceria o sujeitinho: “Quer começar quando? Daqui 90 dias é o dia, hein???” Mas isso passa.
A principal razão de eu não gostar desses jogos é por considerá-los elitistas ao extremo. Tirando o futebol, que faz parte mais como coadjuvante do que como protagonista, os outros esportes não são praticados por todo o mundo, especialmente os mais pobres. Quando você fala de esgrima, vela, salto com vara, tiro ao alvo, ginástica olímpica, natação, tênis, hipismo e até mesmo vôlei e basquete, obviamente você está limitando os esportistas às classes mais altas e privilegiadas no mundo. Quem no Brasil consegue participar disso? Só a alta classe. Imagine um João Ninguém querendo treinar com o Rodrigo Pessoa. Só se desse para competir usando um pangaré cheio de carrapato!
Na vela, nossos melhores competidores têm nomes tipicamente tupiniquins: Torben Grael e Robert Scheidt, Berndardo Arndt, Ricardo Winnick. Com estes nomes assim, tão brasileiros, só podem ter nascido na Bahia!. No tênis, o nome era até pouco tempo, alemão. No tênis de mesa, só dá chinês. Esses dias vi a entrevista de uma moça que vai competir pelo tiro ao alvo. É filha de americanos, nasceu no Recife e nem fala português direito. Num suposto pódio, é capaz de ela começar a cantar o ´The Star-Spangled Banner´ , o hino nacional americano. Não tenho absolutamente nada contra essas pessoas nem suas origens, mas não me considero representado como brasileiro. Quem me representa é Ronaldinho Gaúcho, negro, cabelo enrolado, pobre e que venceu na vida. Ou mesmo o Kaká, branco, classe média, mas que saiu do chão e chegou lá. Ou o Oscar, o Mão Santa, com a garra inigualável no Pan-Americano.
Isso, para mim, mostra que as Olimpíadas modernas sempre serviram para consagrar os povos do chamado “Primeiro Mundo” e para humilhar os outros povos. Na última Olimpíada, em uma competição de natação, uma africana chegou quase 10 minutos depois do final da prova. Para que isso? É justo colocar para competir atletas com níveis tão diferentes? Fizeram que fizeram até colocar os profissionais da NBA nos jogos Olímpicos. Para quê? Não dá para perceber que a NBA é um outro tipo de jogo, totalmente diferente do basquete no resto do mundo? E aí quando se tem um esporte como o futebol de salão, em cuja modalidade o Brasil é praticamente imbatível, eles não deixam entrar nos jogos. Por que? Porque sabem que os países chamados de “desenvolvidos” não terão nenhuma chance nesta modalidade.
Os países comunistas sempre usaram os jogos Olímpicos para fazer propaganda dos seus regimes. Cuba faz isso até hoje. Lá, na Ilha Perdida, dá-se um tratamento diferenciado a quem é atleta. Alimentação diferente, cuidados médicos diferentes e uma cobrança escravagista. Os atletas são obrigados a vencer. E com isso, ao rivalizar com as grandes potências mundiais pelo menos no esporte, dão a impressão de que são “a” alternativa para o mundo em todas as áreas. São de tal maneira uma alternativa, que em tudo que é Olimpíada, tem gente deles escapando da delegação e pedindo asilo político.
Esse discurso de que as Olimpíadas servem para “unir os povos” é uma tremenda bobagem. Não acreditem naquela festa de abertura e de encerramento. É uma hipocrisia. Na olimpíada de Seul, em 88, o Ben Johnson chegou como canadense. Era o melhor do mundo, uma celebridade. Quando saiu, pego pelo doping e desmoralizado, ele era um jamaicano. Estranho ou não? Indica ou não que o esporte olímpico é usado para interesses muito mais escusos do que os cartazes e as transmissões revelam?
Neste sentido, acho que as Copas do Mundo de futebol nivelam todo mundo. Não que a FIFA seja um exemplo de ética e de respeito. Absolutamente. Os interesses e as maracutaias que a imprensa sabe e às vezes publica são suficientes para duvidar de todos eles. Mas pelo menos há mais chance de se ver países do chamado Terceiro Mundo, como Brasil, Uruguai e Argentina, chegando lá. O nível é mais parelho. A competição se torna, portanto, menos injusta.
Você pode discordar da minha tese. Aliás, se você não se liga em esportes, talvez vá achar este artigo um desperdício de tempo e espaço. Afinal, você não está lendo a página do Lance nem da revista Placar, fóruns onde estes assuntos são debatidos e apresentados com muito mais profundidade. Mas tenho uma razão congruente com o propósito da página para a qual escrevo.
Muitos de nós, jovens, gostamos de esporte. Às vezes gostamos tanto que nos envolvemos em um nível quase de paixão. Conheço pessoas que gastam de tudo, de dinheiro e tempo a voz e emoções por causa dele. E a análise acima tem por objetivo mostrar que a Bíblia não exagera ao dizer que o mundo todo, isto é, este perverso sistema que controla a vida humana, sim, o mundo todo, jaz no maligno. É controlado e incentivado pelo mal. Não há bons propósitos que possam brotar do coração do ser humano sem Deus.
Isto não quer dizer que não podemos participar de mais nada na vida, mesmo porque não é só o esporte ou a indústria do entretenimento que pertencem ao mundo. O capitalismo consumista, a política corrupta, os banqueiros gananciosos, tudo isso é do mundo. E nem por isso vamos deixar de trabalhar (para os industriais que produzem bens de consumo), ter conta em banco (para encher os bolsos dos agiotas oficiais e legalizados) ou votar (para eleger os vagabundos que ocupam os cargos públicos). Precisamos continuar tocando nossa vida aqui, mas lembrando sempre que não tem vantagem nenhuma em se amar o mundo nem as coisas que há no mundo. Não vale a pena envolver-se com essas coisas a tal ponto que a gente nem consiga mais ver a diferença entre o Reino de Deus e o Reino do mundo.
Quando chega nesse ponto (e quantos estão vivendo desse jeito!!), ninguém mais vai ver a diferença entre o justo e o ímpio, entre o que serve a Deus e o que não serve (Malaquias 3:18). E aí a gente não serve mais para nada.
Pensando bem:
“Nem sempre acredite naquilo que você lê” (autor desconhecido)