Amigos, não sou muito bom nesse negócio de piadas, mas semana passada ouvi uma boa de uma aluna minha. Diz-se que dois amigos conversavam e um falou para o outro: “Rapaz, estou tomando um remédio ótimo para a memória!”. “É mesmo?”, responde o outro interessado. “E qual é o nome do remédio? Eu ando precisando disso, estou com a mente fraca”. “Bom, como é mesmo o nome daquela flor que os namorados dão para as namoradas no aniversário?” “Seria rosa?”. “Isso mesmo. Ô Rosa, querida, qual é o nome do remédio que eu estou tomando?”
Concordo que não é das melhores. Mas ilustra muito bem o que acontece com a gente muitas vezes. Nós nos esquecemos com muita facilidade das coisas mais elementares da vida. Nunca aconteceu com você de dar um branco no nome de uma pessoa, na hora mais imprópria? Você vem acompanhando a jogada, está posicionado na marca do pênalti e quer que o cara cruze a bola e aí, ai, caramba, como é o nome daquele cara? O sujeito vem para cima de você no shopping, chamando pelo nome, perguntando da sua família, querendo saber daquela sua prima que está na França, dando os pêsames pela sua Vó Cotinha e você vai ficando com aquele sorriso cada vez mais amarelo, doido para acontecer alguma coisa que encerre a conversa, porque você não tem a menor idéia sobre com quem está falando.
A gente que prega em vários lugares acaba passando por isso mais freqüentemente. Você vai a um congresso com 500 pessoas, todos sabem o seu nome. Quando encontra alguém depois de dois anos, claro que ele se lembra de você, mas você…
Meu pai costumava dizer que isso é questão de treinamento. E dizia também que isso revela interesse pelas pessoas. Quem é que não gosta de ser chamado pelo nome? Acho que ele tinha razão. Precisamos ser mais atentos às pessoas, suas individualidades, seus problemas e seus relacionamentos. Isso aumenta muito a chance de influenciar positivamente as pessoas que nos cercam.
Agir assim é fazer como Deus. Uma das coisas que me faz querer Deus cada vez mais em minha vida é saber que Ele sabe tudo sobre mim, conhece cada fio de cabelo, conta cada uma das minhas lágrimas, acompanha cada um dos meus passos. Ele não se esquece de nada a meu respeito. Mesmo que uma mãe se esquecesse do filho que traz no colo, Ele não se esquecerá de mim. Jamais. Ele não é uma simples, fria e impessoal “Força Ativa” nem “Cósmica”. Ele é um Ser pessoal, com quem a gente pode ter um relacionamento pessoal. Dá para interagir com Ele, fazer planos, sonhar juntos, deitar no colo quando a gente está nervoso, desolado, perdido ou desanimado. Dá para chegar para Ele quando as pessoas nos caluniam ou desprezam, quando não nos compreendem ou não querem nos escutar.
O interessante é que Deus não faz como os médicos no consultório. Já viu como as secretárias, discretamente, colocam em cima da mesa deles a ficha com as informações das últimas consultas? E aí eles dão uma de que estão lembrando todos os detalhes sobre sua saúde, mesmo que você não o visite há anos. A gente finge que não percebeu isso, só para eles não ficarem chateados. Mas no fundo, sabemos que está tudo “colado” na ficha da secretária.
O meu Deus não precisa de ficha. Quando eu falo com Ele, nunca escuto dedos apressados correndo pela pasta A/Z. Nunca o ouvi dizer “Xi, Gabriel, a ficha do Marcão sumiu daqui, quem será que pegou?”. E por isso eu sei que seu interesse por mim é real, legítimo, confiável. Quando Ele fala que lembra de mim, eu posso acreditar.
Se conseguir, lembre disso da próxima vez que você se esquecer de alguém.