Amigos, que sociedade é essa em que vivemos? Baseia-se em quê esta filosofia de vida cada vez mais presente de que para se conseguir um objetivo, qualquer meio serve? Não é mais só nos círculos eclesiásticos que se discute a influência nefasta dos programas de televisão nos lares contemporâneos. A coisa chegou a tal ponto que até o Ministério Público precisou interferir.
A ilustríssima juíza que tirou do ar o Programa Domingo Legal (que na verdade poderia ser mudado de nome, ficaria melhor Programa Domingo Ilegal) fez uma lista tão grande e tão grave das barbaridades do programa do Gugu que era possível perguntar: será que era de hoje que isto estava acontecendo? Por que ninguém tomou nenhuma providência até hoje? E os outros programas que continuam fazendo a mesma coisa?
Não que eu vá embarcar num certo “deixa pra lá” que parte da imprensa, principalmente escrita, tem tentado nos enfiar goela abaixo. Alguns começaram a advogar a tese de que ninguém pode falar nada, porque todo mundo tem culpa. Outros querem absolver o Gugu, que passa a ser, nesse caso, uma pobre vítima, um cumpridor de ordens. Isso diziam também os carrascos de Hitler e os generais sérvios.
Não deve ter lei para isso, mas deveria ter. Agora vai começar essa história de “eu não sabia de nada”, “não tenho nada a ver com isso”, “não é comigo” do seu Liberato. A Folha de São Paulo informou esses dias que o camarada ganha, só de merchandising (propaganda que ele faz durante o programa) cerca de R$ 750.000,00 POR PROGRAMA. Isso é limpo, fora o salário que o SS lhe paga. Óbvio que quanto maior a audiência, maior o valor dos comerciais. Então é claro que o apresentador tem que ser responsabilizado por tudo o que acontece ali. Na hora de receber a bufunfa, ele é responsável. Na hora de depor na delegacia, manda o Barney. Só aqui mesmo…
Essa gente (Gugu, Márcia Goldsmith, Gilberto Barros, João Kléber) deveria não apenas ser presa, quando cometem farsas e pegadinhas, mas deveriam ser alijadas definitivamente da televisão. Quando o primeiro for, quero ver se vai aparecer um segundo para continuar a baixaria. Chega a dar dó do PCC. O PCC deveria processar o Gugu. Por uso indevido da imagem e por concorrência desleal. Afinal, eles não dispõe (ainda) de um canal de televisão.
Quer saber mesmo de quem é a culpa? De quem assiste essa porcaria toda na TV. Não precisa de censura nem de comissão para controlar as TV´s, a não ser quando analisado o fato de que um canal de TV é uma concessão pública, e o governo deveria, sim, zelar pelo que acontece ali. Mas só existem programas assim porque tem muita gente assistindo. Inclusive um monte de cristãos, que não sabem citar mais do que João 3:16 (e ainda assim com dificuldades), mas que não perde um só lance desse lixo todo.
Quando acontece alguma coisa mais “grave” ou mais podre, todo mundo fica esperto, se horroriza, põe a mão na cabeça, suspira, diz “Oh! Senhor! É o fim do mundo!”. Passam alguns dias, os inquéritos de finalizam, os advogados conseguem os habeas corpus (no caso dos apresentadores de TV deveria chamar habeas porcus), os programas voltam ao ar e tudo continua como dantes.
Isso tudo me faz lembrar o desdém e a zombaria com que sempre foram tratados os pregadores que falavam contra a televisão. Sempre foram taxados como retrógrados, puritanos, legalistas, alienados. Será que eles estavam tão errados assim? Não tinham eles alguma razão para tentar evitar que nossas casas tivessem um esgoto aberto dentro das nossas salas? Será que a farsa desmascarada, que mais não é do que apenas a ponta de um gigantesco e perigoso iceberg que já se chocou contra o casco de nossas famílias e igrejas e que está invadindo e afundando muitas delas?
É para se pensar.
Pensando bem:
A culpa é de quem assiste essa porcaria toda na TV.