Especialistas acreditam que o conteúdo dos programas religiosos precisam ser monitorados para não desrespeitar as demais religiões.
É cada vez mais comum encontrarmos na TV aberta programações religiosas, principalmente de igrejas evangélicas que nos últimos anos têm investido muito dinheiro em aluguéis de horários televisivos.
Nesta semana o jornal A Tarde, da Bahia, levantou esta questão e consultou algumas pessoas para debater o tema. Um dos entrevistados foi Pedro Caribé que é diretor do intervozes (Coletivo Brasil de Comunicação Nacional), em sua fala ele critica o repasse de algo público para as igrejas (instituições privadas) e também cita a falta de um artigo no Código Brasileiro de Telecomunicações que regulamente esse repasse.
“Criado em 1962, há exatos 50 anos, trata-se de um código defasado, que deveria ser readequado. Nele não consta, por exemplo, uma norma específica que aborde conteúdo religioso, nem citação precisa de como funciona o repasse de parte da programação para terceiros”, diz.
Assim como as emissoras nacionais, as locais também são locadas por religiosos que enchem a grade com canções, apresentação de curas, pedidos de ofertas e orações. Entre as emissoras baianas que mais abrem espaço para programas evangélicos temos a Record Bahia, Band Bahia e TV Aratu.
Os ministérios que financiam estas programações são as igrejas Universal do Reino de Deus, Assembleia de Deus, Internacional da Graça de Deus e outras. Mas na Bahia os programas da IURD são os mais polêmicos, pois usando ex-sacerdotes de religiões afro-brasileiras para testemunhar suas conversões, os pastores levantam a questão do Estado laico e do respeito a diversidade religiosa do Brasil.
É por isso que Edson Dalmonte, doutor em comunicação e líder do Grupo de Pesquisa em Análise Crítica da Mídia e Produtos Midiáticos da UFBA, diz que é necessário discutir o conteúdo desses programas para que eles respeitem as demais religiões.
“Estamos
É de Dalmonte a opinião de que as emissoras precisam oferecer o mesmo espaço dado para igrejas evangélicas para representantes de outras religiões. Mas nesse aspecto ganha quem tem mais dinheiro para oferecer, já que estes espaços são pagos e custam muito dinheiro.