- Jesus continuou: – E o que é que vocês acham disto? Certo homem tinha dois filhos. Ele foi falar com o mais velho e disse: “Filho, hoje você vai trabalhar na minha plantação de uvas.” Ele respondeu: “Eu não quero ir.” Mas depois mudou de idéia e foi. O pai foi e deu ao outro filho a mesma ordem. E este disse: “Sim, senhor.” Mas depois não foi. Qual deles fez o que o pai queria? – perguntou Jesus. E eles responderam: – O filho mais velho. Então Jesus disse a eles: – Eu afirmo a vocês que isto é verdade: Os cobradores de impostos e as prostitutas estão entrando no Reino de Deus antes de vocês. Pois João Batista veio para mostrar a vocês o caminho certo, e vocês não creram nele; mas os cobradores de impostos e as prostitutas creram. Porém, mesmo tendo visto isso, vocês não se arrependeram e não creram nele. (BLH)
Boas intenções. Bons projetos. Alvos nobres. Discursos politicamente corretos. Mas na hora da decisão, na hora do “vamos ver”, nada. Intenções que não produzem, fé morta, projetos que jamais se realizam.
Assim é a vida da religião. As pessoas se preocupam em ter a resposta certa nos lábios, mas não em fazer a coisa certa. São as pessoas que ouvem o Evangelho, sabem de sua necessidade, concordam com tudo, tornam-se amigos, admiradores da Palavra, mas continuam achando que isso não é para eles. Tem gente pior do que eles no mundo. Acham-se justos. Querem agradar ao Pai, mas à sua maneira. Alguns até saem de casa para ir trabalhar, mas no meio do caminho mudam de idéia. Alguns até fazem uma profissão de fé, se batizam, tomam a Ceia do Senhor, cantam no conjunto, estão no meio, no mitiê.. Os pais querem que eles freqüentem a igreja, então freqüentam. Religiosos, sim. Mas nunca foram cristãos de verdade. Freqüentadores de cultos, mas nunca transformados. São “crentes”, mas não são filhos de Deus. Sabem onde o Pai os quer e até dizem que estão interessados, mas lá bem no fundo do coração só eles e o Pai sabem que estão tão indiferentes quanto o mais declarado dos ateus.
Do outro lado, há os que rejeitam abertamente. Muitos deles zombam, outros perseguem, houve até quem matava os que seguiam a Cristo. Tem a resposta errada nos lábios e fazem a coisa errada. Quando alguém lhes apresenta o caminho da salvação, viram as costas e dizem abertamente: “Não quero ir; não estou interessado”. Mas havia algo mais naquele convite. Lá bem no fundo do coração só eles e o Pai sabiam que estavam tão necessitados quanto o mais devasso dos devassos. Um deles se disse o principal dos pecadores. Um dia eles mudaram de idéia. Resolveram dar ouvidos à voz do Pai. E passaram na frente de uma enorme quantidade de pessoas que estavam na fila, tentando entrar no Reino dos céus por meio de seus próprios méritos.
Servir a Deus é uma questão de tomar a decisão certa. É muito mais do que repetir palavras certas. Porque palavras certas partindo do coração errado foram chamadas por Jesus de “vãs repetições”. É ladainha. É mantra. É reza. Você pode saber de cór todo o Sermão do Monte, mais os Salmos e os Provérbios. Pode impressionar as pessoas quando faz orações apostólicas que duram bastante tempo. Pode até compor música falando coisas bonitas sobre Deus. Conheci um dono de uma grande gravadora “evangélica” nos anos 90 que não era cristão. Era apenas um compositor. Isto não faz ninguém apto para pertencer ao Reino.
Antes ter uma idéia ruim e mais tarde voltar atrás do que ter uma boa idéia mas nunca ir atrás dela. Se você se sente indigno de servir a Deus hoje porque o rejeitou ou o desprezou todo este tempo, saiba que ainda é tempo de mudar de idéia e considerá-lo em todos os seus caminhos. Será muito melhor do que passar a vida inteira enganando os outros e a si mesmo, numa falsa sensação de segurança religiosa, caminhando no meio da multidão, pressionado por uma família cristã que, querendo o seu bem eterno, tenta conduzir você a Cristo, ainda que você mesmo não esteja interessado nisso. Será muito melhor do que dizer “Sim, senhor”, mas dar as costas para o Pai. Este é um caminho de morte e de uma morte lenta e silenciosa.
Chega uma hora na vida em que a gente tem que decidir o que fazer. Porque discurso bonito pode impressionar pessoas, mas nunca levou ninguém para o céu.
Pensando bem:
Discurso bonito pode impressionar pessoas, mas nunca levou ninguém para o céu.