Amigos, fim de ano é um ir e vir a formaturas, noivados, casamentos e eventos do gênero. Às vezes se ouvem coisas boas, às vezes se ouvem coisas estranhas. Um pai esteve em um desses eventos e não conseguiu conter-se ante o que ouviu. Acompanhe comigo o resultado.
- Prezada “tia X”,
Hoje é um dia especial para nós. Estamos muito felizes por vermos nossa filha desenvolvendo suas habilidades de ler e escrever, como também nos alegramos por ver a felicidade estampada em seu rosto na festa de encerramento de sua escola. Fizemos uma boa escolha quando decidimos matriculá-la nesta escola. Vocês têm uma excelente equipe de trabalho, dedicada e gentil. Nossa filha amou a escola, a professora e o ambiente. Queremos agradecer a todos por isso. Não sabemos o que nos espera no próximo ano, mas faremos o possível para mantê-la estudando com vocês.
Estivemos ontem, como já citado, na festa de formatura. Tudo estava muito bonito e bem preparado. Imaginamos quanto trabalho sua equipe teve para ensaiar todas aquelas crianças. Haja paciência e esforço para organizar tudo isso! Gostamos de tudo. Há, no entanto, um detalhe que notamos e que gostaríamos de destacar para a senhora.
Na abertura da festa, a senhora disse, com muito acerto, que é necessário contar às crianças a história do menino Jesus, à qual a senhora chamou de “a História mais emocionante e extraordinária da Humanidade”. Concordamos plenamente. Inclusive contamos esta história para nossos filhos desde seus primeiros anos de vida. Em seguida, a senhora disse que não falava a eles sobre a crucificação de Jesus, porque achava isso “uma violência danada”. É sobre isso que gostaríamos de lhe falar brevemente. Pedimos um pouco do seu precioso tempo para ler as poucas palavras que escrevemos abaixo.
De fato, a cena da cruz do Calvário é violenta. Não só a cruz, como toda a trama ao redor do Senhor Jesus naqueles dias foi de extrema crueldade. Ele sofreu um julgamento injusto, após o qual açoites, cusparadas, murros no rosto. Finalmente cravaram em sua fronte uma coroa de grossos espinhos que rasgaram sua carne e ele foi traspassado por enormes cravos que o prenderam a uma cruz de madeira. Mas esta nem foi a maior violência que sofreu. Naqueles dias, ele sofreu o abandono e a traição de seus amigos, a rejeição do seu povo judeu e quando estava já na cruz, sofreu o desamparo até mesmo de seu Pai. Foi por isso que, angustiadamente, ele clamou: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”.
O que é necessário perguntar e compreender, porém, é: Por que tudo isso aconteceu? Se investigarmos o que nos diz a Bíblia Sagrada (de onde todas estas histórias provém), descobriremos que, ao contrário de ser uma cena de pura e simples violência que deva ser escondida das crianças, esta é A MAIOR HISTÓRIA DE AMOR que o mundo jamais presenciou. Foi o próprio Jesus quem disse: “Ninguém tem maior amor do que este: em dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos” (Evangelho de João 15:13). A Bíblia também nos ensina que “Deus prova seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Carta aos Romanos 5:8). A cruz de Cristo é muito mais do que um ato de violência. É um ato de amor. É Deus dando seu único Filho para morrer em favor de uma humanidade perdida e longe dEle, para trazê-la de volta à Sua comunhão. Por um simples passo de fé, qualquer ser humano (inclusive a senhora e toda a sua equipe) pode ser perdoado e ter paz com Deus. Citando novamente a Bíblia, ela diz que Jesus Cristo “havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele pode reconciliar consigo mesmo todas as coisas” (Colossenses 1:20). Para encontrarmos sentido para a vida, sejamos nós crianças, jovens ou velhos, precisamos da cruz de Cristo. Sem ela, não há esperança, nem salvação, nem perdão.
Note a senhora que a história extraordinária de Jesus não se encerra numa manjedoura de Belém. Como homem, ela apenas começa ali. Agora, Ele não é mais o “menino Jesus”. Ele não está mais numa manjedoura, e se quisermos conhecê-lo não é para lá que precisamos ir. Ele cresceu, ficou homem e, porque nunca pecou, pode morrer no lugar daqueles que eram pecadores (todos nós) para satisfazer a justiça e a santidade de Deus. Este não é um dogma religioso, mas é o que ensina claramente a Palavra de Deus. Foi São Pedro quem escreveu: “Pois também Cristo morreu, uma única vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus” (I Carta de S. Pedro 3:18). Também é importantíssimo destacar que Ele não está mais em uma cruz e nem numa sepultura. Ele ressuscitou dentre os mortos. No Domingo de Páscoa, quando algumas mulheres foram procurar seu corpo no cemitério do Getsêmani, em Jerusalém, um anjo lhes deu esta grande notícia: “Não temais; porque sei que buscais Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui; ressuscitou, como tinha dito. Vinde ver onde ele jazia.”
O seu lugar de direito, de merecimento, na verdade, nunca foi nem uma manjedoura, nem uma cruz e nem uma sepultura. Sempre foi, desde antes da criação do mundo, o Trono do Universo. Ele é, e sempre será o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores. Ele quer dominar a nossa vida, depois de resgatá-la do pecado e do mal. Ele quer dizer como devemos viver e agir. Ele quer que sejamos 100% dele, e de ninguém mais.
Este é o grande detalhe da religiosidade humana. Não queremos falar de Cristo desta maneira. É mais confortável aos nossos interesses que Ele continue sendo visto como um bebezinho frágil e indefeso, que precisa ser cuidado, limpo, carregado nos braços ou então, como muitas vezes o fazemos, um Cristo esquecido e imóvel em um crucifixo na parede de casa, no pescoço ou no painel de nossos automóveis. A grande notícia que se pode dar a todas as pessoas, e que é onde temos baseado toda a nossa vida e a de nossas filhas, é exatamente esta. Jesus Cristo deve ser mais do que uma simples história para contar às nossas crianças. Ele é uma extraordinária realidade. Ele vive e pode salvar a todo aquele que crê nele e o recebe como Salvador e Senhor pessoal.
Desejamos muito que a senhora compreenda esta mensagem e creia nela. Sua vida será transformada totalmente e um novo relacionamento entre a senhora e Deus será iniciado, que nunca mais terá fim.
Muito obrigado pela sua atenção. Como uma pessoa culta e educada, temos certeza de que a senhora terá lido esta carta por inteiro. Agradecemos, mais uma vez, o cuidado e zelo que têm tido com nossa filha.
Um forte abraço,
Os pais
Pensando bem:
A cruz de Cristo é um ato de amor. É Deus dando seu único Filho para morrer em favor de uma humanidade perdida e longe dEle, para trazê-la de volta à Sua comunhão.