Amigos, política internacional nunca foi o meu forte. Mas têm certas coisas que acontecem que deixam qualquer um no mínimo pensativo. Ouço na TV e no rádio que os Estados Unidos estão pressionando Israel para que cessem os ataques e desocupem os territórios palestinos. Sem dúvida uma sugestão sensata. Diminuiria a tensão na área por algum tempo (se bem que os que conhecem profecias sabem que isso nunca vai acontecer no Oriente Médio, até que o Rei estabeleça seu trono em Jerusalém). De qualquer modo, humanamente raciocinando, não deixa de ser uma palavra boa.
Há alguns meses, os americanos deram a mesma orientação de paz para a Índia e o Paquistão. “Deixem as armas. Abandonem a guerra”. Que lindo! Que singelo! Que divino! Mas na boca dos “States” está muito mais para “Que falso! Que arrogante! Que hipócrita!”. Afinal, eles se auto-proclamaram a “Swat do mundo”, invadem quem eles bem entendem, bombardeiam países, impõe embargos econômicos, deitam e rolam. Em outras palavras, eles podem tudo. Ninguém pode nada. É o máximo do “faça o que eu mando, mas não o que eu faço”.
E é por essas e outras que muitas vezes a coisa certa dita pela boca errada transforma uma boa palavra em uma palavra vazia. Não é a mensagem que está errada. Pelo contrário, é uma mensagem de paz. A proposta não é descartável. Pelo contrário, é uma proposta equilibrada. Mas vindo de quem vem, causa risos de deboche. O mundo todo olha e diz: “Mas então por que você não faz o mesmo no Afeganistão? Por que você não acaba com o embargo a Cuba?”
É, minha gente. Mais uma vez volto ao tema. Ter o discurso certo, pregar a verdade, não é tão difícil. O duro mesmo é viver de acordo com o que se prega. O desafio é afinar a vida ao discurso, alinhar a pregação com a prática.
O que se costuma ver nas igrejas é muita briga pelo uso dos “termos” certos, enquanto na prática se faz pior do que quem usa os termos errados. Gastamos um tempão descendo a lenha em quem tem liderança ordenada e clerical, enquanto aturamos todos os caciques manda-chuvas que abundam por aí. Criticamos as organizações e a denominação institucionalizada, enquanto aceitamos a camisa de força tácita que se impõe sobre quem não reza a nossa cartilha.
Sem contar os escabrosos casos de “pregadores” que quando sobem ao púlpito causam revolta até nos ouvintes que não são crentes, tamanha a incoerência da vida deles com a posição que ocupam na igreja. Ou ainda aqueles que a vida toda pregaram uma fé inabalável em Deus, mas que quando são apanhados pelas vicissitudes da vida sucumbem em revolta contra Deus e contra o seu plano, alguns chegando a acusar Deus, como se ele tivesse errado.
Dá para entender porque Paulo disse a Timóteo: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina”. Se esses dois, pregador e pregação, não andarem juntos, teremos que abandonar o primeiro.
Pensando bem:
Defender a verdade é muito mais do que saber discutir a respeito dela. É saber vivê-la intensa e coerentemente.