Amigos, quando está valendo uma vida no Terceiro Milênio? A gente parece até já ter perdido a sensibilidade quando o assunto é morte de seres humanos. Todo dia você abra o jornal ou liga o rádio e fica sabendo que “morreram mais 30 palestinos na Faixa de Gaza” e que isso foi apenas uma “represália ao ataque suicida ocorrido na semana passada, onde morreram 15 judeus mais o terrorista”.
Já percebeu como são dadas as notícias policiais nos programas de TV? “Nova chacina em Guaianazes. 7 jovens foram assassinados na noite de ontem.” Aí entra a reportagem. Volta para o âncora, que vira a página do seu roteiro e diz: “Roseana Sarney cai 5 pontos na pesquisa.” Quer dizer, a morte de mais 7 pessoas não passa de um item qualquer na pauta de um noticiário. Viramos a página e seguimos em frente, como se nada tivesse acontecido. Ou pelo menos nada de relevante.
A vida não vale mais nada. Para uma pessoa puxar o gatilho, basta um movimento mal interpretado, uma fechada no trânsito ou uma discussão sobre futebol. Estamos repetindo a saga quase pré-histórica de um ante-diluviano chamado Lameque, que escreveu um samba mais ou menos assim: “Ouvi, ó mulheres de Lameque: matei um homem porque me feriu e um rapaz porque me pisou” (Gn 4:23). Alguns diriam: “Mas que tempos remotos! Que coisa mais ultrapassada!” Porém o jornal de amanhã vai mostrar que estamos vivendo dias exatamente iguais aos daqueles idos de mais de 4 milênios.
E enquanto isso, esses dias assistindo a uma reportagem na GloboNews, soube de uma senhora que está oferecendo, às suas próprias custas, um programa de apoio para que abandonados nas ruas superem seus traumas. É mesmo um belíssimo tratamento VIP, que abrange desde o aspecto psicológico até um acompanhamento diário dos batimentos cardíacos do paciente, alimentação balanceada, preparada caso por caso, muita conversa e atenção. Há organismos internacionais transformando sua casa num centro de referência mundial para este tipo de assistência. Detalhe: os pacientes são cachorros vira-latas.
Represento uma empresa que fabrica rações, inclusive as chamadas rações pet, para cães e gatos. O que se vende de ração para animais de estimação é algo impressionante. Carretas e carretas saem das fábricas do Brasil todo para alimentar os animaizinhos. Não acho que eles devam morrer de fome, é claro. Mas não é estranho que no mesmo país, crianças tenham que nascer e crescer revirando o lixo porque não tem o que comer? Que mundo é esse em que vivemos, que trata animais como gente e gente como animais?
É por aí que a gente consegue entender o que significa a declaração bíblica de que o homem, no seu pecado, está “destituído da glória de Deus”. Para mim, isso quer dizer, antes de tudo, que o homem sem Deus vive numa escuridão tão densa que todas as suas referências se foram. Ele não sabe para que lado corre.
Nesse caso, só há um jeito para este país e para a humanidade toda: fazer brilhar no meio dessas trevas a Luz do mundo. Quem O segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida. Aí será possível ver a vida com outros olhos.
Pensando bem:
Que mundo é esse em que vivemos, que trata animais como gente e gente como animais?