Amigos, o Acampamento Emaús, em Coronel Vivida-PR, é um lugar muito especial. Vocês podem inclusive conferir isso nas fotos que o Cara do Site disponibilizou para vocês, diretamente da “máquina do tempo” do Zeca. Que lugar fantástico. Pessoas de alto nível, comida excelente, amizades, esportes radicais (alô, Claudião, pega mais leve da próxima vez!!). Já era para eu ter falado disso antes aqui, mas nunca é tarde. Galera, conheçam o Emaús. Vale a pena. Estivemos lá no Carnaval. Para minhas filhas, especialmente a Carolina é uma festa completa. O pessoal do acampamento a carrega para todo lado, inclusive para o curral, onde ela sentiu-se uma verdadeira fazendeira. Até leite aprendeu a tirar!
Mas, como nem tudo é perfeito nesse mundo, ela voltou de lá com duas lembrancinhas na cabeça. O famoso “berne”, carrapato que se desenvolve a partir dos ovos da mosca verde. Quem já morou no sítio, sabe do que estou falando. E sabe também que chega a hora em que é preciso espremer o bicho para que ele seja expulso do corpo. Posso garantir: o processo é dolorido. Fomos à pediatra fazer a tal extração. Como era na cabeça, não dava para anestesiar. Houve quem sugerisse “anestesia geral” (imaginem!!!). Acabou sendo mesmo “a sangue frio”. Nem é preciso dizer que deu algum trabalho. Foi difícil segurá-la durante quase uma hora até que a “coisa” saísse do casulo. Sobre a cama do consultório, olhos cheios de lágrimas, ela olhava para nós como que a dizer: “Papai, porque você está deixando a médica judiar de mim desse jeito? Você não percebe que está doendo?”
Claro que os pais não gostam de ver os filhos sofrendo, mesmo que seja uma dor passageira. Preferimos vê-los correndo, pulando, brincando, dizendo coisas engraçadas, aprendendo a escrever e a ler, surpreendendo-nos com sua vivacidade e inteligência. Mas há momentos em que é preciso saber enfrentar a dor. Muitas vezes, os pais não podem evitar isso. Sabem que a dor é necessária para se evitar um mal maior. O tratamento de uma moléstia pode ser dolorido, mas é necessário.
Ninguém sabe mais disso do que o nosso Pai celestial. Enquanto muitas vezes gememos sob a pressão da dor e da angústia, Ele está segurando nossos braços e pernas sobre a mesa. E você olha para Ele e diz: “Pai, por que o Senhor está permitindo isso? O Senhor se esqueceu de mim? Até quando vou ter que enfrentar isso? Eu não agüento mais!”
Certamente que Ele não sente prazer no nosso sofrimento. Ele não é o carrasco impiedoso e insensível que se imaginou na Idade Média. Ele é um Pai de amor. Mas também é um Pai sábio. Ele sabe melhor do que nós qual é o tratamento que precisamos. Mais do que isso, Ele já sentiu a nossa dor. Jesus Cristo, seu Filho, é chamado de “homem de dores, que sabe o que é padecer”.
Quando a médica terminou o serviço, Carolina sentou-se e já começou a fazer suas “tiradas” de costume. Contou uma piada para a doutora, afogou o bicho no éter e já levou o vidrinho para a escola (“para o laboratório”, segundo ela). E então entendeu o porquê da dor. Era somente para voltar à vida normal.
Por uma hora, a dor vem. Mas depois disso, o alívio é compensador. O salmista disse que “à noite pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã”. Às vezes a noite é longa. Mas ela vai passar.
Pensando bem:
Já notou quantas vezes na Bíblia aparecem expressões como “Depois dessas coisas” ou “Depois disso”?