Um juiz federal americano proibiu, em sentença na última terça-feira, que professores mencionem a teoria do chamado “projeto inteligente” para explicar a origem da vida nas aulas de biologia das escolas públicas da Pensilvânia.
A teoria afirma que o mundo não é resultado da evolução, como defendia Charles Darwin, uma vez que é muito complexo para ser fruto da casualidade, e que este processo se deve a uma “inteligência superior”.
Muitos dos defensores dessa teoria são cristãos protestantes que reivindicam o ensino de idéias alternativas às de Darwin nas escolas – por considerá-las uma ameaça às crenças religiosas -, algo que já começou a ser feito em algumas localidades americanas.
Os defensores da teoria da evolução alegam que os defensores do “projeto inteligente” atribuem a criação do mundo a um deus e que, portanto, o ensino da teoria equivaleria a aulas de religião nas escolas públicas, proibido por lei.
Este é um dos casos mais proeminentes nos EUA sobre a validade da teoria da evolução, e o juiz John Jones concedeu uma vitória importante aos evolucionistas.
Em sua decisão, Jones disse que a Junta Escolar do distrito de Dover violou a Constituição dos EUA quando ordenou que o ensino do “projeto inteligente” fosse incluído nas aulas de biologia, a partir de outubro de 2004, nos cursos de suas escolas públicas.
Todos os membros que votaram a favor da medida perderam seus cargos. “Os membros da Junta que votaram a favor do ´projeto inteligente´ fizeram um desserviço aos cidadãos de Dover”, afirmou Jones.
“É irônico que vários desses indivíduos, que exibem de maneira tão aberta e orgulhosa suas convicções religiosas em público, recorressem à mentira várias vezes para cobrir suas intenções e o propósito real da política do ´projeto inteligente´.”