O Livro de Eli

Vou ser bem emocional neste review. Eu curti muito este filme porque tem tudo o que eu curto em filmes: violência – crua e até estilizada – , climão pós-apocaliptico e ficção futurista. Além disso, fala de um livro que eu gosto muito, no qual minha vida está ligada, e com o devido respeito. Não imaginaria um jeito de juntar tudo isso num filme, mas é possível – e funciona.

Denzel Washington, o protagonista, é um ator excelente – é difícil não gostar de alguma coisa que ele faz. O Sequestro do Metrô 1 2 3 eu considero bem dispensável, por exemplo. Aqui, ele está ótimo, e segura o filme todo com seu carisma, e sua ótima composição de personagem.

Curti muito também do ótimo vilão do Gary Oldman (o Comissário Gordon, de Batman – O Cavaleiro das Trevas), que duela muito bem com o personagem do Denzel, e é mesmo um vilão daqueles que você adora ver se estrepando: e isso é uma qualidade. Até mesmo a Solara, a “mocinha” do filme, é interessante e merece ser citada. A Mila Kunis é uma atriz desconhecida, mas muito bonita e competente. Me fez lembrar da Lara Croft e até mesmo da Sarah Connor, em alguns momentos.

Gostei muito do trabalho de arte e fotografia. Você percebe o tratamento cuidadoso. Um exemplo é o efeito meio “sépia” que prevalece na maior parte do tempo. Faz todo o sentido num mundo onde todo mundo parece usar óculos escuros.

O filme guarda muitas surpresas. Você não imagina o que vai contecer no final, e isto pra mim é uma qualidade valiosa. Não cai em algumas armadilhas como fazer flashbacks e muitas explicações a respeito do que aconteceu. Foca na história, no livro e no Eli.

Quanto ao personagem principal, o tal “livro”, realmente é um livro já bem conhecido. Ele possui um poder inigualável: em boas mãos, serve para abençoar, para compartilhar o bem. Em mãos erradas, é usado para dominar, para abusar, para conquistar. Isto faz todo o sentido, e é a mensagem principal do filme. E muito real. Você tem alguma ideia de qual seria?

Enfim… vale a pena. É o melhor de todos os pós-apocalípticos recentes – tudo o que Eu Sou a Lenda não foi. Um pouco de filosofia, um monte de porrada, e muita diversão. 🙂