O terceiro lugar de Barrichelo

Amigos, o Coitadinho Barrichelo conseguiu ficar em terceiro no Mundial de Pilotos de 2001. Li uma história na Quatro Rodas uns meses atrás, e não posso atestar sua veracidade. Estou apenas repassando o que li. Diz-se que quando Ayrton Senna começava sua carreira na Lotus, o chefe de equipe lhe chamou antes de uma corrida, pedindo que facilitasse as coisas para o outro piloto, que tinha mais chances de ganhar o campeonato. Senna fingiu concordar, chegou na pista e deu um banho em todo mundo. Nascia ali um campeão. Quando foi argüido, Senna, ainda novato, teria respondido que ele não entrava numa pista para fazer figuração. Entrava para ganhar.

Talvez seja essa a diferença entre Senna e Barrichelo. Um foi campeão pelo arrojo, pela coragem, pela vontade de lutar pela vitória. Outro será sempre o subserviente, o coadjuvante, o chorão. A Ferrari manda, ele obedece. No dia em que o Bobinho Barrichelo deixou o Michael ultrapassá-lo, ele decretou que tipo de piloto seria dali pra frente. Com o Devagarinho Barrichelo no volante, vai demorar para que o Brasil tenha outro campeão mundial.

Não estou aqui a fazer apologia da vitória a qualquer custo. Não acho que a gente seja obrigado a vencer todas. Não, não. Não é disso que estou falando. Estou falando de ATITUDES. Porque são elas que fazem a diferença entre um campeão e um chorão. São atitudes que fazem dois espias incentivar o povo a entrar na terra prometida, enquanto os outros dez desanimam o povo e querem apedrejar os dois primeiros. São atitudes que fazem um exército inteiro ficar tremendo de medo de um só homem, e um menino, quase um adolescente ainda, levanta-se para enfrentá-lo sozinho e derrotá-lo. Atitudes fazem um homem sozinho enfrentar 400 falsos profetas no monte Carmelo e derrotá-los. Atitudes fazem três homens ficar de pé enquanto uma multidão incontável de corpos de prostram diante da estátua de Nabucodonosor. Atitudes fazem uma rainha arriscar sua pele, entrando sem convite na presença do rei para interceder por seu povo. Atitudes.

Você pode alegar (sempre se pode alegar…): “Mas Deus estava com eles”. E eu tenho que concordar. É lógico que esses homens e mulheres agiram no poder de Deus. Mas justamente porque Deus age na História através de quem sabe assumir a atitude correta. Por que Deus não agiu assim com Judas? Ou com Saul? Ou com Hamã? Ou com Ananias e Safira? Ganha 10 quem acertar a resposta!

Pensando bem:

“Querer vencer significa já ter percorrido metade do caminho para a vitória” (Ignace J. Paderewski)