Conversão III

Amigos, como a gente poderia definir uma “conversão”? O que isso significa? Sem querer ser simplista, sugiro que “conversão” é uma atitude de fé pela qual alguém que está de costas para Deus, volta-se e olha para o Seu rosto. Ou ainda é o que acontece com alguém que anda pelo seu próprio caminho e de repente descobre que a melhor coisa da vida é andar no caminho de Deus e decide fazer isso.

Ao contrário do que a mídia insiste em colocar, isto não é uma mera “troca de religião”. Na verdade, não tem nada a ver com religião. Quem troca de igreja, muda apenas de endereço. Não muda de vida. Conversão verdadeira implica em mudança de coração, não apenas de alterações na rotina ou na substituição de um jargão da seita “X” para o jargão da seita “Y”.

Embora seja algo simples, de forma alguma é um ato simplório, comum ou sem importância. É um ato de fé, de resposta ao amor de Deus e é uma decisão pessoal, já que o próprio Deus jamais impõe-na a quem quer que seja. Você decide isso por si, constrangido pelas evidências de um amor incondicional e pela manifestação de um Deus verdadeiro em sua vida.

É importante destacar que o amor de Deus é incondicional. O seu perdão, não. Este demanda arrependimento, confissão e abandono do pecado. Para dizer com outras palavras, é preciso concordar com Deus no fato de que somos pecadores e dizer isso a Ele. É aí que a conversão acontece. Ele nos aceita do jeito que estamos, para não para permanecer desse jeito. Ele não faz discriminação, não vai atrás só dos que se acham “certinhos”, daqueles que não são marginalizados por suas más ações. Ele não quer só os que estejam de acordo com padrão de “beleza moral” pintado pelos religiosos. O céu não está padronizado pela ISO 9002. Ele aceita a todos e em qualquer condição.

E então Ele aponta um caminho melhor, o caminho da sua graça. Todo aquele que percebe isso e pela fé em Jesus acerta seu passo com Deus, pode-se dizer “convertido”.

Sendo assim, obviamente é de se esperar que haja uma mudança de vida. Afinal, se os caminhos agora são outros, isto implica em uma radical diferença nos hábitos, nas palavras, nos objetivos, nos projetos de vida, no namoro, no casamento, nos negócios. Você agora não está mais “desviando pelo seu caminho”, mas está “andando com Deus”.

Por isso, não é legalista aquele que cobra uma diferença na vida daqueles que se dizem convertidos. A não ser que ele esteja cobrando alguma coisa que nem Deus cobrou. Isso é outro papo. Mas que deve haver “uma diferença entre o justo e o perverso, entre o que serve a Deus e o que não serve”, isso deve.

Enfatiza-se muito no “evangeliquês” contemporâneo que Jesus recebia publicanos, pecadores, prostitutas, e os recebia como eles eram. É verdade. Mas ele nunca concordou que eles o seguissem e continuassem na mesma vida. É bom ouvir sua voz meiga dizendo à mulher “pecadora”: “Ninguém te condenou? Eu também não te condeno.” Mas não se pode esquecer que ele também disse à mesma mulher: “Agora vai e não peques mais”.

Pensando bem:

“Deus o ama do jeito que você é, mas se recusa a deixá-lo desse jeito” (Max Lucado (frase repetida diversas vezes no extraordinário livro “Simplesmente como Jesus” (Ed. CPAD)))