Amigos, a bola da vez é a doutora Renata. Ela é uma dessas personagens que conhecemos pelo lado obscuro. Até o episódio do “fura-painel” ninguém sabia da sua existência. É que nem o José Carlos, o anão do Orçamento. Ou até como o Maníaco do Parque. Quem saberia deles, se não aparecessem na mídia por causa do que fizeram?
Posso estar muito enganado, e comprometo-me a voltar a esta coluna para reconhecer que estava. Mas o que se desenha é uma chamada “punição exemplar” para a diretora do Prodasen e alguns tapinhas nas costas dos senadores Antonio Carlos “Mandalhães” e Arruda Chorão, no mais tradicional estilo de corda rompendo-se do lado mais fraco. (Fica, aliás, a dúvida: será que houve falta de decoro parlamentar ou houve falta de couro no parlamentar?)
Em momentos como esses, os argumentos da opinião pública são vários. Por exemplo, há aqueles que acham que só de ver o Magalhães acuado e quieto sendo interrogado por seus pares, já está bom. Para ele, é punição suficiente. Outros acham que o Arruda foi só um garoto de recados, a culpa é só do Toninho Malvadeza. Tem ainda os que acham que a pobrezinha da Renata só cumpriu ordens. Ela não precisa sofrer nada. E agora, o que fazer?
Mas, espera aí! Se o Magalhães não queria a lista, porque a leu e comentou e não fez mais nada? Pior, um dia na tribuna ele afirma categoricamente: “Não vi lista alguma!” Depois admite que viu. Mente descaradamente à toda a Nação. O mesmo se aplica ao Arruda. E a doutora Renata não tinha que se meter nessa. Entrou de alegre e vai sair tristinha da Silva. Se o Chorão a tivesse mandado matar o presidente, ela ia dizer que “estava saindo para cumprir uma ordem”? Então, já que é assim, pena máxima para todos. Exoneração para a diretora, se possível com o impedimento perpétuo de retorno ao serviço público, e cassação de mandato para os dois senadores.
Isso faz-nos lembrar, guardadas as proporções, de cena parecida, ocorrida no Éden. Todo mundo tira o corpo fora. Adão joga a culpa em Eva, Eva passa para a serpente. Aí Deus chama todo mundo e mostra algumas coisas importantíssimas a respeito do trato da culpabilidade. Algo que Ele iria deixar cada vez mais claro ao longo da sua revelação, e que viria claramente séculos depois, pelo profeta: “A alma que pecar, essa morrerá”. No Éden, a solução de Deus foi aplicar uma pena para cada um dos envolvidos, porque todos tinham sua responsabilidade pessoal.
Creio que há alguns subsídios bíblicos para encontrarmos uma posição equilibrada. Aqui vai a minha opinião, que (segundo penso) não se aplica não apenas ao caso do Senado: que cada um aprenda a assumir seus erros, ao invés de tentar justificar-se culpando os outros. Seja em casa ou na igreja, seja no trabalho ou na política, a regra deve ser a mesma.
Pensando bem:
“Errar é humano. Culpar os outros pelo erro é ainda mais humano.” (Citado por Roberto Lessa em seu curso de inglês)