Amigos, deixei passar umas duas semanas do ocorrido para não ser acusado de passional ou fanático. Achei que ia esquecer, mas não dá. Agora, até o Equador tira uma casquinha da gente, com “olé” e tudo. O México coloca a gente na roda. Até os norte-americanos estão querendo colocar as manguinhas de fora! Quando eu era adolescente (e isso não faz tanto tempo assim), jogo do Brasil contra Paraguai, Equador, Bolívia, Chile, Estados Unidos, Irlanda, Escócia e outros países assemelhados (estou me referindo à qualidade baixíssima do seu futebol, apenas) era o tipo do jogo que não valia a pena matar aula para assistir. Era no mínimo uns 5 a 0. Não tinha essa de altitude, falta de treino, stress nem nada. Era entrar em campo e faturar. Era jogo para centroavante perna-de-pau (do tipo Luizão) deitar e rolar. Hoje em dia…
Para não ser acusado de leviano, este colunista vai fazer as aplicações passo-a-passo. Assim fica mais fácil de todo mundo entender que o meu propósito não é falar só de futebol, mas apenas aproveitar o gancho, tá??
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Penso que há várias razões para que o “País do Futebol”, Tetra-campeão do mundo, tenha chegado a uma condição tão vil.
Uma delas, talvez a principal, é que não se joga mais por paixão ou por amor à camisa. Joga-se pelos dólares, por milhões de dólares. Você acha que o Rivaldo chorou depois de apanhar do Equador? Você acha que o Vampeta ficou sem dormir? Eles pegam o próximo avião, primeira classe, e vão-se embora, não estão nem aí.
Lição 1: Quando você começa a fazer alguma coisa por interesse, a qualidade do seu trabalho vai cair. Seja em casa, na profissão, no casamento ou no serviço de Deus. O interesse às vezes é financeiro, mas nem sempre. Pode haver o interesse da projeção pessoal, do poder, do desejo de controlar, do egoísmo, da vaidade pessoal. Quando isso falar mais alto, não vamos nos importar que os resultados não estejam sendo alcançados. E o vexame será inevitável.
Outra razão é o excesso de confiança. O chamado “salto-alto”. Entrar em campo achando que “quando o adversário olhar a camisa amarela eles vão tremer, vão ficar com dor de barriga, e vai ser uma barbada”. Gente, isso acabou em 70! Agora, ou joga ou passa vergonha.
Lição 2: Porque você foi vitorioso contra o inimigo (o mundo, a carne e o diabo) ontem, não quer dizer que você o será para sempre. Cada luta é uma luta. Cada dia é um dia, com todos os seus cuidados. Por isso, cuidado! Sabe qual é a última frase de todo mundo que peca? “Eu sei até onde posso chegar”.
Um terceiro motivo é que o futebol está nivelado por baixo. Toda hora você escuta alguém dizer: “Ninguém é bobo mais no futebol”. Discordo. Nós somos os bobos do futebol moderno. E cá entre nós: Paraguai, Equador, Estados Unidos, Irlanda não são bobos no futebol?? Então a coisa tá muito feia, mesmo. Nivelaram por baixo, e nós ficamos piores do que eles.
Lição 3: Nunca use como referência para sua vida cristã alguém que é pior do que você. Você vai acabar ficando pior do que ele. Seu padrão é a excelência de Cristo, não a mediocridade do homem moderno, e até do crente moderno. Seguir maus exemplos é fazer o óbvio. O difícil é seguir os bons.
A Seleção pode ir mal, e isso não muda muito a situação do mundo. Mas se a sua vida for mal, você deixará de ser sal e luz, e isso vai piorar muito as coisas já tão difíceis dos nossos dias. E o responsável não será o Ricardo Teixeira. Será você.
Pensando bem:
Nunca use como referência de vida alguém que é pior que você. Você vai acabar ficando pior do que ele.