Amigos, se alguns de vocês já foram ao dentista ou passaram por operações, de extrair manchas na pele a um parto, vão gostar de conhecer a história da vida deste homem. Ele, um dentista americano nascido em Hartford, Vermont, quando ainda bem jovem, aos 25 anos, teve uma idéia brilhante: o óxido nítrico, popularmente conhecido como “gás do riso” poderia ser usado nas cirurgias, e assim eliminar a sensação de dor no paciente.
Resolveu, então, testar o produto em uma cirurgia em si próprio, passando a usá-lo em pequenas cirurgias no seu consultório. Foi quando resolveu espalhar a boa nova para a comunidade médica do seu tempo.
Foi ridicularizado. Disseram que ele era um moleque, que não sabia de nada, que estava ficando louco, que nunca ninguém tinha feito aquilo antes e etc etc etc. Pior de tudo, ele convocou os “cobras” da medicina (isso era por volta de 1845, você ainda não tinha nascido) para mostrar que sua descoberta funcionava e poderia revolucionar a medicina. Só que ele ainda não sabia tudo sobre a anestesia, errou na dose do gás, e o paciente que estava sendo operado, na frente dos figurões, acabou sentindo dor. Foi a gota d`água. Só faltaram bater no homem.
Ele não desistiu. Foi em frente com as experiências e até hoje, 150 anos depois, segundo informações que acabo de receber de um aluno médico, usa-se largamente o óxido nítrico em cirurgias das mais variadas espécies. Se ele tivesse ouvido o que os outros disseram sobre si, estaríamos até hoje sofrendo muito mais na mão dos médicos.
Interessante isso. Aqueles que detém o conhecimento, o poder e a influência em qualquer área (inclusive na Igreja), parecem acreditar que nunca pode surgir alguém que saiba mais do que eles, ou que consiga enxergar um pouco além do que suas vistas míopes.
Tudo o que é novo gera desconfiança. Recebe olhares tortos e respostas atravessadas. Recebe críticas amargas. Recebe pauladas com outros pretextos. Quantas iniciativas são desprezadas apenas porque vieram de pessoas que não fazem parte do “grupo de comando”. Quantas idéias brilhantes são sufocadas “no ninho” porque ameaçam o “status quo” de quem tem medo de perder o controle da situação. Quanta gente é ridicularizada porque propõe alguma coisa que “nunca ninguém fez”.
A gente só não pode se esquecer de que todas as descobertas e invenções da humanidade um dia foram novidades também. E quase sempre, como no caso do Dr. Wells, foram marginalizadas de pronto. A gente também não deve se esquecer de que um dia o próprio Deus há de fazer “novas todas as coisas”. Se você não gosta do novo, não vai ter lugar para passar a eternidade. Ali haverá “novos céus e nova terra”, e todas as “coisas velhas” terão passado.
Antes de dizer “Isto não vai funcionar” ou “Jamais alguém conseguiu fazer isso, por que você acha que vai conseguir?”, lembre-se do jovem de 25 anos, Dr. Horace Wells, e cuide para que um dia o ridicularizado não seja você. A História é cruel com quem chega atrasado.
Pensando bem:
“O berço e o túmulo são os melhores amigos das novas idéias” (Roberto Lessa)