O chicote corta suas costas,
As risadas infames cortam o ar!
O caniço crava em sua testa os espinhos da coroa,
No entanto, mais penetrante e cortante é o seu olhar!
Cada passo é um sofrimento;
Entre pedradas, socos, lamentos,
Cada gota de sangue cai vermelha sob o chão.
Enquanto pisa, pensa: sem sangue não há remissão!
Mais adiante tropeça fadigado e cai.
“Por que estás longe de meu bramido, Pai?!?”
É o limite do corpo, o ápice da exaustão.
A cruz chega até o cume sob os ombros dum negrão.
Lá no monte da caveira, foi pregado à sua cruz,
Junto a homens sem esperança, malditos, nus.
Lugar de impropérios, blasfêmias e zombarias.
Que alguém na cruz pudesse orar, ninguém jamais pensaria.
De repente, um terremoto! Trevas em pleno meio dia.
Toda criatura geme, aguardando a redenção que viria.
Num último esforço, grita e entrega ao Pai a vida.
O justo pelos injustos! Está feito! Minh`alma pode enfim ser redimida.
Para ruminar vida afora:
“Mas Deus assim cumpriu o que dantes anunciara por boca de todos os profetas que o seu Cristo havia de padecer” Atos 3:18.