Casais em relacionamentos longos sabem menos sobre seus parceiros do que aqueles que estão juntos há pouco tempo, segundo um estudo recém-publicado.
Os pesquisadores, de universidades na Suíça, na Alemanha e nos Estados Unidos, acreditam que a explicação para as diferenças é que as pessoas em relacionamentos recentes teriam mais a ganhar tentando conhecer melhor seus parceiros, enquanto aqueles em relacionamentos muito longos assumem que já sabem tudo sobre a outra pessoa.
O estudo analisou dois grupos de casais, um mais velho, com idades entre 62 e 78 anos, e outro mais novo, com idades entre 19 e 32, com relação aos conhecimentos sobre as preferências dos parceiros.
Os casais mais novos estavam juntos em média por dois anos e um mês, enquanto os relacionamentos dos mais velhos tinham em média 40 anos e 11 meses.
Preferências
Os dois grupos foram questionados sobre as preferências dos parceiros em relação a três temas: móveis de cozinha, filmes e comida.
Cada um dos participantes foi convidado a classificar 118 itens diferentes relacionados aos três temas em uma escala de 1 (não gosta nada) a 4 (gosta muito).
Segundo os resultados do estudo, publicado na revista especializada Journal of Consumer Psychology, os casais mais velhos acertaram em média 36,5% das preferências dos parceiros, enquanto os mais novos acertaram em média 42,2%.
As maiores diferenças entre os acertos dos dois grupos foram relacionados às preferências sobre comidas, que tiveram o maior índice geral de acertos entre os três temas.
No outro extremo, as preferências sobre móveis de cozinha tiveram a menor média de acertos em geral e também a menor diferença entre os dois grupos de casais.
Relacionamentos estabelecidos
“Uma das razões (para os resultados) pode ser que os casais mais velhos prestam menos atenção um ao outro, porque eles veem seus relacionamentos como já fortemente estabelecidos ou porque eles acham que já conhecem bem seu parceiro”, afirmam os pesquisadores no estudo.
Segundo eles, outra questão importante é que entre os mais jovens os acertos foram maiores em relação aos itens classificados nos dois extremos da escala de 1 a 4 (não gostam nada ou gostam muito), mas entre os mais velhos não houve essa diferenciação.
“Isso indica que os mais velhos não estão prestando atenção às preferências dos seus parceiros, incapazes de diferenciar entre seus sentimentos fortes e fracos”, disse.
As pessoas com preferências mais semelhantes às de seus parceiros tiveram uma média de acertos maior, independentemente da idade e do tempo de relacionamento, indicando que casais formados por pessoas com gostos semelhantes se conhecem melhor.