2 Sm 12:1-7
Essa foi a dura sentença decretada pelo rei, após ouvir a triste estória narrada por Natã, o profeta de Deus. Onde já se viu: um homem rico e abastado roubar o pouco daquele pobre infeliz. Com seu aguçado senso de justiça, e conhecedor da Lei Mosaica, Davi declarou que tal homem teria que restituir quatro vezes o valor roubado e foi além, condenou-o à morte.
Fico pensando, ao ler esse triste momento vivido pelo rei Davi, o quanto nós temos o costume de pular com os dois pés no peito do transgressor, do adúltero, do corrupto, do idólatra, do fofoqueiro, do herege, e do assassino. Quantas vezes temos dito: Esse homem deve morrer?
Constantemente, esquecemo-nos de quão pecadores somos, e de quão propensos a pecar estamos dia após dia em nossa vida? Nunca dizemos que nós deveríamos morrer, mas, rapidamente, apontamos o dedo acusador em direção ao pecador.
Além de adulterar com a mulher de Urias, Davi havia mandado matá-lo. Mesmo assim, parecia pronto a apontar o dedo acusador ao homem perverso (uma perversidade muito menor que a dele, diga-se de passagem), sem saber, contudo, que apontava o dedo para si mesmo, pois ele era o rico da estória, quer dizer, o pobre pecador que deveria morrer.
Quantas vezes lemos as Escrituras, ou ouvimos uma mensagem através de um servo de Deus, e, imediatamente, pensamos em alguém e no seu pecado, esquecendo-nos que Deus está falando primeiramente conosco.
Há quatro lições que eu aprendo com essa história de Davi:
1. Devemos ser vigilantes para que Satanás não nos atropele, para que sua tentação não nos derrube. Ser vigilante é estar sempre em oração, contando com a força que vem de Deus, e estar sempre esperto, para identificar a tentação quando ainda dá tempo. Pecados sexuais são pecados difíceis de serem vencidos, por isso precisamos estar atentos e ter a coragem de olhar para o outro lado, senão…
2. Devemos ser sinceros diante de Deus e reconhecer o nosso próprio pecado, e que, por isso, dependemos DELE e de Sua graça, e, assim, devemos confessar (dar nome ao pecado) e abandoná-lo.
3. “Onde abundou o pecado, superabundou a graça”. Apesar da gravidade do pecado de Davi, Deus o perdoou. Da mesma forma, se cairmos e nos arrependermos do nosso erro, sem dúvida nenhuma Deus nos perdoará, e nos levantará para uma nova vida de comunhão com Ele.
4. Temos que ser como Natã que não teve medo de confrontar o pecado do rei. Se Deus nos manda confrontar o pecado de algum irmão, não é porque Deus quer nos usar para julgar, condenar ou até castigar tal pessoa, e sim, para dar-lhe a chance de se redimir do seu erro. Nossa missão é confrontar, e não condenar e matar.
Pense:
Se somos pecadores alcançados pela graça de Jesus, temos o direito de dizer sobre o nosso próximo: esse homem deve morrer?